SEDE PARA A CASA DE PASSAGEM DE TUPANCIRETÃ: ARQUITETURA COMO AUXILIADORA NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

A nova sede da casa de passagem de Tupanciretã é uma instituição de acolhimento por curto período de tempo para crianças e adolescentes que estejam em situação de vulnerabilidade social, ela possui uma capacidade máxima de vinte crianças e adolescentes. A arquitetura do projeto busca se assemelhar a uma residência básica para melhor adaptação da criança ao novo lar temporário. Foi acrescentado o setor administrativo, a fim de coordenar e gerenciar o funcionamento da instituição.
O projeto foi pensado de modo a suprir as necessidades individuais, físicas e psicológicas das crianças e adolescentes garantindo segurança, liberdade e autonomia para instiga-las a explorar e se apropriar da edificação, fazendo com que elas se sintam em casa.
A proximidade com a comunidade de origem foi um critério importante, já que ela se caracteriza como uma extensão do indivíduo e a proximidade da instituição de acolhimento reduz o tempo de adaptação dos novos acolhidos. O entorno é constituído de casas para reforçar o caráter de residência a edificação. Possui proximidade com escolas, serviço básico assim permitindo que as crianças possam caminhar para esses locais, estimulando a autonomia e liberdade.
A instituição possui dois acessos distintos, sendo o principal para os moradores e funcionários, que fica voltado para a rua Idelfonso Geminiano da Costa, uma via local de menor fluxo e com mais casas unifamiliares trazendo um caráter ainda mais residencial para esse acesso, que é o primeiro contato que as crianças e adolescentes tem com a instituição. O acesso secundário é para o setor administrativo, carga, descarga e visitas, ele fica voltado para a rua Lourenço Gomes, uma via local de maior fluxo. Esse acesso secundário facilita o transporte de alimentos e utensílios domésticos, sem que os funcionários passem pelos ambientes sociais, onde estão a maior parte do tempo os moradores, evitando qualquer tipo de estranhamento para as crianças. As visitas, também utilizam desse acesso secundário para que não precisem circular dentro da edificação, evitando o estranhamento e a sensação de insegurança dos moradores.
Na esquina foi feito pocket park justamente para que ali fosse desenvolvida algumas trocas com a comunidade, tanto das crianças que voltam da escola junto dos seus colegas e vizinhos e podem se apropriar desse local, quanto de um senhor idoso que está passando ali perto de decidi sentar um pouco para descansar.
O tijolo ecológico é principal material utilizado no projeto por ser um sistema modular construtivo simples, mais sustentável e podendo ser utilizada a mão de obra das comunidades do entorno. Os blocos de tijolo ecológico podem ser facilmente associados as alvenarias tradicionais das residências das comunidades de onde vem as crianças e adolescentes, e juntamente com as telhas cerâmicas tipo francesa reforçam ainda mais a ideia de casa.

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