Regeneração Ferroviária: uma proposta de reativação da linha férrea no estado do Rio Grande do Sul

REGENERAÇÃO FERROVIÁRIA: UMA PROPOSTA DE REATIVAÇÃO DA LINHA FÉRREA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Regeneração Ferroviária é uma viagem por diferentes pontos de vista do Estado do Rio Grande do Sul. A partir do conceito “regenerar” desenvolve-se uma proposta de requalificação da malha ferroviária existente no Estado e propõe-se a retomada do transporte de passageiros concomitante ao de carga. O estudo é feito sobre o traçado da malha férrea gaúcha, e é dividido em 3 etapas: macro, meso e micro escala.
Na macro escala é proposta a requalificação dos caminhos atualmente em atividade no estado, o resgate de antigas estradas que hoje encontram-se desativadas e a criação de novas rotas. Na meso escala, é realizado um estudo nas cidades de Porto Alegre, Santa Maria e Passo Fundo, onde faz-se uma breve abordagem da relevância das mesmas no mapa ferroviário e desenvolve-se análises e propostas para o melhoramento e a solução de problemas em cada uma delas. Em um segundo momento, na micro escala, o foco direciona-se para a cidade de Passo Fundo onde desenvol¬ve-se uma proposta de requalificação do percurso da ferrovia dentro do perímetro urbano local, incluindo a proposta de uma nova Estação para a cidade e de um VLT Urbano.
O Rio Grande do Sul possui hoje uma malha de aproximadamente 3.259 km de linhas e ramais ferroviários. Deste número, cerca de 1,2 mil quilômetros estão desativados e o restante utilizado somente para o transporte de cargas (alguns operando apenas em época de safra agrícola). Os trechos desativados, além de ficarem em ruínas ou péssimo estado de conservação, interrompem importantes rotas deixando inúmeras cidades sem acesso à ferrovia, e obrigando-as a fazer uso exclusivo do modal rodoviário. Já o transporte ferroviário de passageiros, encontra-se quase que extinto no Estado.
Um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), revela que o RS registrou em 2019 um número de 4,5 mil acidentes neste ano, com 304 óbitos, significando que todos os dias se perde pelo menos uma pessoa em acidente de trânsito. Considerando a economia gerada ao levar em conta os gastos diários com policiamento, congestionamento e emergências devido esses acidentes, os recursos investidos poderiam retornar facilmente, viabilizando a proposta.
Por fim, a adesão deste sistema, segundo os especialistas que falaram durante o Congresso “Brasil nos Trilhos”, além de gerar a redução dos conflitos urbanos e a diminuição de acidentes em rodovias, reduziria também os custos de transporte ferroviário devido a maior eficiência operacional e reduziria a emissão de poluentes por conta da migração de cargas da rodovia para a ferrovia. E assim, transitando por diferentes escalas e entendendo melhor a dinâmica de cada lugar e a necessidade de alternativas de transporte mais limpo e eficiente, propõe-se um processo de cura que inicia dentro de cada cidade e se expande por todo estado.

Parecer do júri

destaque seguinte foi atribuído ao trabalho PAV074 por abordar com muito fôlego e consistência as escalas do território regional, urbana e local. Define uma estratégia de recuperação do sistema de estradas de ferro existente como forma de desenvolvimento e integração regional do estado do RS, e propõe estudos de caso/implantação do sistema também como vetor de desenvolvimento local.

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