Nova Sede para a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Santa Rosa – RS

Nova Sede para a Liga Feminina de Combate ao Câncer de Santa Rosa – RS
Em notícia publicada pelo Instituto Nacional De Câncer – INCA (23/11/22), revela-se uma previsão de 704 mil ocorrências de câncer por ano no Brasil até o ano de 2025. Ainda, é estimado que 70% destes casos devem ocorrer nas regiões Sudeste e Sul do país abrangendo, desta forma, o estado do Rio Grande do Sul. Em vista desse pressuposto é oportuno destacar que, quanto mais informações se obtiver acerca da doença, mais eficazes serão as estratégias de combate e prevenção.
Nesse contexto, a Liga Feminina de Combate ao Câncer (abreviadamente Liga/RS), trabalha em prol de ações altruístas junto a pacientes desfavorecidos diagnosticados com câncer e através de atos de conscientização da doença em suas 87 unidades regionais, as quais seguem o exemplo da Liga Mãe, situada em Porto Alegre. Vale dizer que, embora a liga tenha em seu nome o substantivo ‘feminina’, é ofertada assistência para todos os gêneros sexuais e idades com relação a qualquer tipo de câncer.
Situada no noroeste gaúcho, a Liga/RS de Santa Rosa apresenta uma sede de caráter provisório. Isso se explica pelo fato de a edificação ser compartilhada junto ao Conselho de Clube de Mães, sem ter acesso a uma infraestrutura básica de água potável e esgoto exclusiva. Além disso, devido ao grande quantitativo de doações recebidas, aspectos como armazenagem, locomoção e organização do ambiente são dificultados. Com fundamento nisso, foi concebido um projeto arquitetônico de modo a auxiliar a dinâmica das atividades da instituição.
Nesse viés, as intenções projetuais compreenderam a disposição de ambientes para suporte psicológico, emocional e físico, por meio de uma sala de atendimento individualizado para os pacientes em tratamento e seus familiares, oferta de espaços que forneçam renda à entidade, proposta de ambientes destinados à receber doações, transmissão de escala humana junto a edificação, e a concepção de locais de convivência e reunião de modo a auxiliar no amparo informacional, social e emocional. Ademais, trabalha-se com o paisagismo e o urbanismo correlativamente, possibilitando interação e abertura com a comunidade e o entorno.
Implantado em um sítio em aclive, o estudo da edificação envolveu a aplicação dos pressupostos científicos da neuroarquitetura e da distração positiva de modo a correlacionar as áreas da saúde e da arquitetura, empregando a última como um meio de incitar a recuperação e o bem-estar de seus usuários.
Por conseguinte, percebe-se que o edifício visa se diferenciar da monotonia hospitalar presente na rotina das pessoas diagnosticadas com câncer e se exibir como um espaço de refúgio.
“A relação entre a área da arquitetura e o diagnóstico de câncer compreende em contribuir com a saúde mental e psicológica durante todo o tratamento. Essa é a principal chave. Todo o ambiente em que você está inserido, tanto a parte da arquitetura e da estrutura física quanto do grupo de apoio que você tem ao redor, vai te ajudar muito a ir pro lado positivo ou negativo.” (FIORIM, 2023, arquiteta e urbanista entrevistada diagnosticada com câncer)

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