ESPAÇO INDÍGENA MBYÁ GUARANI

ESPAÇO INDÍGENA MBYÁ GUARANI

A população indígena no Brasil não tem seus direitos respeitados, tendo seu território e cultura devastados por ações de grupos com interesses em suas terras. Com base na situação atual da comunidade indígena Mbyá Guarani de Maquiné -RS, o projeto propõe um local de valorização da comunidade indígena, através de sua arquitetura, cultura, alimentação e modo de viver. Projeto pensado para atender o programa de um espaço para o diálogo entre a cultura indígena e as tradições locais.
A intenção foi criar um espaço para geração de renda, apropriado a cultura arquitetônica da Comunidade Tekoa Ka’aguy Porã. O projeto explora as sutilezas das formas, pautadas na arquitetura vernacular, em contextos de escassez de recursos, em ato contínuo a um processo de pesquisa na ação sobre a comunidade indígena e a paisagem da região.
O programa de necessidades se divide da seguinte forma:
Setor Administrativo – função administrativa de todos os usos no projeto, conta com hall de entrada e espaço para higienização, local de apoio educacional, administrativo e sala de reuniões. Localiza-se no principal acesso do projeto para servir como direcionamento e controle.
Setor de Alimentos – destinado para a produção de alimentos característicos da comunidade Mbyá Guarani. O espaço conta com a oficina de alimentos com a presença do fogo de chão e cozinha tradicional para a qualificação da comunidade indígena. Local de trocas culturais.
Centro de eventos- local para a geração de renda do projeto, com salão de eventos para uso privado ou público, com possibilidade de diversos usos, podendo ser reservado para eventos externos. Além disso, o espaço se conecta com o ambiente externo para eventos integrados.
Memorial indígena – espaço inspirado nas casas subterrâneas, valorizando antepassados indígenas e dando ao projeto um local de convício integrado com o espaço central de eventos externo.
Setor de Artesanato – destinado para a geração de renda da comunidade. No salão de artesanato é produzido o material de venda com a possibilidade de guardar no depósito. Resolvendo o problema da distância da comunidade com o centro comercial de Maquiné, tornando a distribuição e venda do artesanato facilitada.
O processo de projeto é pautado em uma demanda real, e se apropria de técnicas de participação social. Utiliza-se materiais presentes na comunidade como a palha Santa fé (cobertura), bambu (fechamentos e forro retrátil) e barro (paredes). Técnicas já utilizadas pela comunidade. Além disso, aborda temas emergentes, transitando entre escalas projetuais que mergulham nas questões regionais e individualidades locais.
A estrutura formal estabelece vínculos com o lugar, apropriada à cultura da comunidade, em diálogo com as questões socioambientais. As estratégias de projeto, também são pertinentes à adaptabilidade espacial, a fim de criar espaços oportunos às diferentes manifestações culturais e para a geração de renda.
As formas representam a arquitetura como manifesto e expressam oportunidades para a regeneração da cultura e a natureza do lugar. O projeto de arquitetura como investigação sobre a cidade regenerativa, pensada para todos os seres.