No centro da cidade de Cachoeirinha – RS, existe uma área inexplorada conhecida popularmente como Mato do Júlio, com uma área de 256 ha. O Mato é uma área extremamente rica, que comporta uma gigantesca biodiversidade com centenas de espécies de animais e vegetação. Dentro da área existe um arroio e no seu perímetro uma grande APP com árvores centenárias, além de grandes massas vegetais. O Mato absorve todos os anos toneladas de CO² do ar, e por estar e uma cota inferior a da parte urbanizada da cidade, funciona como uma esponja natural que impede o alagamento da área urbana.
Além do bem ambiental no Mato existe uma casa antiga, o casarão dos Baptista, e estima-se que parte de sua construção foi concluída em 1815, sofrendo algumas adequações ao longo do anos, como a substituição da casa de charque pela atafona, onde os escravizados trabalhavam produzindo farinha. A casa é a segunda mais antiga do estado e está em processo de tombamento desde 2016.
Mesmo com a evidente importância ambiental e histórica, há décadas a área é alvo de especulação, tanto do governo municipal, quanto da iniciativa privada, e essa situação foi estimulada em 2002 com a morte do último morador da casa, Júlio Baptista (que deu o nome informal a área).
Aliado ao lugar especial se identificou que Cachoeirinha possui apenas dois equipamentos culturais, a Casa de Cultura Carlos Wilkens, absolutamente desarticulada do centro consolidado. E a Casa do Leite, que é sede da biblioteca municipal, mas que por ser uma casa antiga pequena não comporta mais do que o acervo municipal.
A cidade tem 130 mil habitantes e os dados educacionais do município mostram que 61% da população não tem o ensino básico completo (IBGE), portanto existe um evidente déficit educacional que acaba justificando o baixo interesse por eventos de cunho cultural por parte da população. Percebe-se, portanto, não somente uma possibilidade, mas a necessidade de se criar um equipamento que ajude a sanar parte desse lapso educacional e cultural, algo que possa elevar o status de cidade dormitório da cidade.
Surge, portanto, a Casa do Mato. Um equipamento público que promove lazer, educação e conscientização ambiental e patrimonial, através de um programa extenso dividido em 4 partes: Cultural, educacional, ambiental e institucional.
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