CIARTE, Companhia das Artes do 4º Distrito

Por que o 4º distrito é tão importante para Porto Alegre, mas as pessoas pouco sabem sobre o legado de suas edificações?
Do apogeu à sua degradação e abandono, o antigo Distrito Industrial de Porto Alegre foi cenário de uma cidade que não conhecemos mais, mas algumas edificações ainda resistem ricas em significados e memória. A requalificação do 4º Distrito poderá juntar uma época esquecida com o presente e gerar uma transformação do local, onde a vida acontece e o passado é contado.
Unindo a ideação de disseminar a história desse patrimônio arquitetônico industrial e de dar continuidade ao movimento cultural impulsionado pelo Distrito Criativo e Vila Flores, o projeto surge com a proposta de uma “Rota Arquitetônica”. Assim, gerando uma requalificação ampla no antigo distrito industrial da cidade de Porto Alegre, através do conceito de acupuntura urbana em diferentes escalas de atuação, evidenciando os patrimônios arquitetônicos e suas histórias, ligando-as e propondo novos usos e integrando-as visualmente. A Rota culmina no projeto em questão, CIARTE – Companhia das Artes do 4º Distrito, por sua localização estratégica de entrada da cidade, onde todos poderão desfrutar de mais arte, cultura, moda e entretenimento com o propósito de resgatar a identidade do lugar.
O conceito que permeia o projeto é a pluralidade de expressões culturais e manifestações artísticas do que acontece no 4º distrito como força motriz para democratização das artes. Inspirado também na diversidade de atividades no auge do desenvolvimento da área, a edificação CIARTE vem de encontro com a ideia de Bernard Tschumi de “projetar as condições” para as manifestações sociais e culturais reforçando os laços com a comunidade e gerando um ambiente que ascenda as diferentes formas de experimentações artísticas do ambiente em que se insere.
A concepção do projeto teve como intuito respeitar a edificação preexistente, criando elementos de ligação evidenciando a diferença entre antigo e novo. Além disso, a ideia de criar núcleos verticais internos na preexistência, visando a menor interferência nas fachadas para a rua Voluntários da Pátria. O mirante surge com a intenção de reconectar visualmente o bairro Navegantes com o Guaíba e fazer uma alusão às inúmeras chaminés que o distrito já teve. As passarelas possibilitam aos usuários experimentar e perceber o projeto plenamente, provocando diferentes percepções, ora antigo, ora novo.
O programa se estabelece a partir de 4 eixos, Memorial (exposições), Educacional (atelier aberto/pesquisas), Produção (moda/fotografia) e Efêmero (feiras design/ desfiles). Algumas relações que remetem ao passado se evidenciam no programa e materialidade. Moda e fotografia se conectam com o antigo uso de fábrica de tecidos e uso temporário de ensaios fotográficos, além do revestimento de membrana têxtil tensionada Soltis FT como proteção térmica e luminosa.

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