Devido à crescente urbanização do mundo, as cidades tornam-se imprescindíveis para garantir um futuro mais sustentável e colaborativo entre os diversos agentes produtores do espaço. O Sistema de Espaços Livres (SEL), como majoritariamente pertencentes ao domínio público, ganham uma relevância emergente para a qualidade de vida cidadã, especialmente no momento pandêmico do COVID-19.
No contexto da cidade de Santa Maria, embora tenha grande potencial de proveito paisagístico, característica pelos seus morros e inserida na transição entre os biomas Mata Atlântica e o Pampa, analisou-se uma significativa escassez de comprometimento na gestão desse sistema, ao passo que as pessoas anseiam pelo avanço e melhoria de áreas livres de lazer e recreação, assim como de infraestrutura de mobilidade.
Nesse contexto, o trabalho propõe intervir no sistema de espaços livres de Santa Maria – RS na proposição de uma “TRAMA” urbana e paisagística que integra espaços de circulação (como as calçadas, ruas e as ciclovias) – “CONEXÕES”, e espaços de permanência (como as praças e os parques) – “POLOS ATRATORES” em diferentes escalas – MACRO (escala intraurbana), MESO (escala de vizinhança) e MICRO (escala da quadra).
A metodologia da proposta foca no planejamento da paisagem, orientada por diretrizes, programas e projetos, seguindo um ciclo com critérios de avaliação, indicadores de monitoramento e políticas de implementação, que se traduzem em aplicações urbana-paisagísticas, mapeadas nas três escalas escolhidas.
As proposições foram embasadas nas análises prévias, que foram organizadas em quatro dimensões (natural, social, antrópica e institucional) que refletiram nas proposições (biofílica, pública, integrada e inclusiva), embora sempre mantendo uma inter-relação entre as categorias.
Ao final, as proposições das camadas sobrepostas resultam na “trama composta”, abarcando na macroescala as diretrizes gerais integradas do projeto, na mesoescala um masterplan mais detalhado específico para a região e na microescala uma simulação de proposições práticas. Assim, se faz possível visualizar a multifuncionalidade da paisagem em interescalaridades.
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