A proposta de projeto arquitetônico busca destacar a preexistência, tanto dentro do complexo projetual do qual faz parte, quanto do perímetro urbano, sem destoar da área a qual pertence, mantendo-se formalmente adequada a proposta. Seu destaque dar-se-á pela coloração e utilização de técnicas e materiais sustentáveis para sua reabilitação. Além das questões colocadas, a sobreposição volumétrica foi levada em consideração na nova edificação, a fim de compor um conjunto arquitetônico coerente ao prédio existente.
O conceito base do projeto foi voltado às linhas da preexistência e seus ângulos; a forma do prédio anexo parte de uma cicatriz; esse sinal está marcado desde a demolição de parte do complexo industrial, que deixou uma cicatriz em sua face oeste. O projeto de um Espaço Cultural para Ijuí busca trazer e incentivar a comunidade local na produção de artesanato e demais peças físicas voltadas à arte em um espaço único. Com o objetivo de intervir no patrimônio histórico industrial do município de forma harmônica – a fim de evidenciar uma preexistência – a edificação escolhida teve seu primeiro uso como um armazém de grãos da Família Glitz, que ajudou no crescimento econômico da cidade. Assim, foi vista a necessidade de manter o empreendimento com esse nome, a fim de perpetuar sua história que se iniciara no século passado. O complexo arquitetônico proposto conta com ateliês, salas de exposição e uma praça às margens da Rua Floriano Peixoto e 19 de Outubro, permitindo que o empreendimento tenha um uso de fluxo contínuo, mesmo quando as atividades internas não estejam sendo realizadas.