Centro de Formação Artística

CENTRO DE FORMAÇÃO ARTÍSTICA
O Centro de Formação Artística para a cidade de Caxias do Sul, surge a partir da carência na oferta de cursos de graduação em dança, música e teatro na região sul do país. Implantado em uma área central, em terreno hoje ocupado por 2 estacionamentos rotativos, o projeto busca reforçar a veia cultural natural da cidade e privilegiar os cidadãos caxienses. Todo o recuo em frente ao edifício é tratado como uma praça pública, convidando a cidade a interagir com o projeto. A paginação ritmada e contínua utilizada na calçada atrelada aos canteiros, mobiliário urbano e paisagismo diluem os limites entre passeio e terreno, incentivando um passeio despretensioso pelos espaços. A arquibancada, estrategicamente posicionada, torna-se um ótimo ponto de encontro enfatizando ainda mais esse caráter público.
O projeto procurou explorar tanto o lado arquitetônico quanto o urbanístico do terreno, tornando o espaço como um todo pertencente à cidade. A inserção de um embarque e desembarque facilita o fluxo veicular que é intenso na rua da testada principal. Os elementos utilizados na praça conduzem os pedestres a “cortar caminhos” e circular pelo terreno ao mesmo tempo que os vendedores ambulantes, muito presentes no centro da cidade, ganham um espaço confortável, democratizando ainda mais o projeto.
Desenvolvido a partir de uma pluralidade de volumes que se fundem, o programa é dividido em 4 setores: administrativo, concentrado no térreo facilitando o atendimento aos alunos e professores; setor de convívio, com ênfase na cafeteria envidraçada posicionada próximo à esquina, intermediando as relações do passeio público com a edificação; setor de ensino composto por 8 salas teóricas, 3 salas de ensaio, biblioteca e cabines de luz e som, onde os alunos desenvolvem igualmente a teoria e a prática e por fim, setor cênico destinado as apresentações culturais. Neste último setor destaca-se a Black Box, um espaço experimental cujos formatos de palco e plateia adaptam-se a particularidade de cada espetáculo. O espaço além de versátil comunica-se com a área externa através da abertura das chapas metálicas dobráveis, tornando a arquibancada em frente uma plateia ao ar livre.
Os volumes são revestidos por placas cimentícias, painéis de vidro e brises de diversos tons, que além de permitirem permeabilidade visual com as áreas externas, ventilação natural, iluminação e proteção solar, tornam as fachadas muito dinâmicas e coloridas, reafirmando o tema artístico do projeto. A estrutura é organizada através de uma trama de pilares que apoiam as lajes de concreto protendido. A técnica construtiva, que dispensa o uso de vigas, permitiu que o edifício respeitasse a limitação de altura prevista em lei devido a localização do terreno sem prejudicar a qualidade espacial dos ambientes.
Em suma, o projeto busca estimular a criatividade dos alunos através de espaços integrados interna e externamente, convidando o público em geral a usufruir da edificação, fortalecendo a comunicação do cidadão com a cultura, além de explorar o potencial do terreno, atribuindo a este uma atividade cultural que favoreça tanto as pessoas quanto a cidade.

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