Sobre o prêmio
O Prêmio IAB e suas POSSIBILIDADES
Por Danilo Landó • Arquiteto e Urbanista, ex-presidente do IAB RS nas gestões 1998-99 e 2000-01, conselheiro vitalício e idealizador do Prêmio IAB.
Quando idealizamos e promovemos a primeira edição do Prêmio IAB RS, em 1998, sabia que seria uma oportunidade muito significativa para os formandos de arquitetura e urbanismo de nosso Estado. O IAB sempre buscou a aproximação com a universidade. O Prêmio veio para colocarmos em prática estas ações conjuntas com o meio acadêmico. A ideia era trazer para o IAB os jovens talentos da arquitetura.
A primeira edição já foi um sucesso. Conseguimos ter representantes de todas as faculdades de arquitetura e urbanismo do Rio Grande do Sul. Lembro que o primeiro vencedor do prêmio IAB foi um estudante da PUCRS. Nesta época, o arquiteto Ivan Mizoguchi era o coordenador da faculdade, e teve um papel muito importante na qualidade do projeto apresentado pela a instituição católica.
O IAB é a entidade mais antiga e que sempre lutou pela qualidade da Arquitetura e Urbanismo. Acredito que as faculdades têm um papel fundamental para conseguirmos isso. O Prêmio IAB de certa forma também tem ligação com os Concursos Públicos de Arquitetura, pois segue essa filosofia de incentivar a produção de projetos com qualidade por meio de concurso. Além disso, sempre prezamos por ter uma comissão julgadora formada por arquitetos renomados no Brasil.
O sucesso do Prêmio veio muito do empenho do arquiteto José Albano Volkmer, que recebeu essa justíssima homenagem do IAB. Também tivemos na comissão de ensino o arquiteto Alberto Pereira Filho, que foi outro grande nome quando falamos em Prêmio IAB. Os dois lutaram muito para a concretização deste reconhecimento acadêmico e foram personagens decisivos nesta trajetória.
Depois de 17 anos, percebo que chegou o momento do Prêmio IAB avançar. Hoje com a globalização, tecnologia e tanto compartilhamento de informações, vejo que ainda falta para o acadêmico de arquitetura vivenciar de perto outras culturas e centros urbanos. Ele precisa conhecer, aprender a respeitar o que os outros pensam. Sair da toca mesmo. Defendo essa proposta, principalmente pelo fato de ter vivido entre 1962 e 1965 em Los Angeles, nos Estados Unidos. Foi uma experiência transformadora na minha vida profissional.
Acredito que um dos caminhos para o financiamento de bolsas de estudos para os formandos seria através dos bancos como instituições incentivadoras e patrocinadoras. Com certeza, essa experiência no exterior iria melhorar a qualidade dos profissionais que entrariam no mercado.
O IAB tem excelentes ideias e profissionais, mas não tem verba. Encontro muitos arquitetos que me dizem “Não entro no IAB porque a entidade não me dá nada”. Isso está muito errado. Quem tem que dar alguma coisa não é o IAB e sim os arquitetos ao IAB, pois o IAB já fez muito pela nossa classe. A projeção da arquitetura brasileira no mundo tem muito esforço do IAB por trás.
JOSÉ ALBANO VOLKMER
Arquiteto, urbanista, professor
Por Salma Cafruni • Arquiteta e Urbanista
Conheci Albano ainda na faculdade, em 1965. Eram anos difíceis, de repressão e cassações e muita efervescência estudantil.
O tempo passou e nos encontramos novamente como técnicos da Superintendência do Desenvolvimento Urbano e Administração Municipal, órgão da Secretaria Estadual de Obras Públicas, onde Albano exerceu o cargo de Superintendente, iniciando aí sua carreira político-institucional.
Na mesma ocasião, 1976, foi presidente do IAB RS. Voltou a ocupar o mesmo cargo em duas outras ocasiões: nos períodos 2002-2003 e 2004-2005, sempre com destacada atuação na defesa e promoção da Arquitetura e do Urbanismo.
Entre suas atividades político-institucionais destacam-se ainda a presidência do CREA/RS e do CONFEA, a presidência da Fundação de Ciência e Tecnologia do RGS (CIENTEC), a direção do Museu de Arte do RGS (MARGS), a assessoria técnica à Secretaria Estadual da Cultura e a direção da Faculdade de Arquitetura da UFRGS de 1985 a 1988 e, posteriormente, em 2006.
Em todos os cargos que ocupou deixou sua marca de profissional ético e laborioso, sempre disponível e aberto a apoiar os colegas no desenvolvimento das múltiplas propostas aportadas pela sociedade.
Exerceu também atividade como docente em várias escolas de arquitetura: Unisinos, Ritter dos Reis, ULBRA, UFSM, e UFRGS. E foi, acredito, como professor dedicado seu principal destaque, tendo sido respeitado, admirado e querido por seus alunos.
O Prêmio que ora leva seu nome é uma justa homenagem ao cidadão que dedicou grande parte de sua vida ao ensino, formando gerações de arquitetos comprometidos com a cultura e com o exercício ético da profissão.
“Se no futuro pretenderem nos impedir
a construção do mundo,
ainda assim estaremos projetando
os nossos sonhos,
de uma sociedade livre,
justa e solidária,
menos desigual,
fundada na fraternidade
e na harmoniosa e humana
inserção dos edifícios no contexto
dos espaços urbanos
e da paisagem.
Diante mesmo das maiores dificuldades,
das contradições,
das adversidades, quem sabe,
estaremos plantando
arquitetura,
cidades
e árvores.
Traços e riscos emocionam,
alimentam a vida,
esculpem sentimentos,
humanizam a pedra,
encantam.”
José Albano Volkmer, Arquiteto e Urbanista