O presente trabalho consiste em um novo espaço para o CASF – Centro de Atendimento São Francisco, no município de Sapiranga/RS. A instituição existente abriga crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos de idade, em situação de risco e vulnerabilidade, que foram abandonadas ou afastadas do convívio familiar por autoridade competente. Atualmente a instituição está localizada em edificação alugada, não tendo uma estrutura projetada para seu uso.
Uma das principais diretrizes para a escolha do lote foi sua localização: área residencial com equipamentos de saúde e educação em seu entorno. Para isso, foi mapeado em toda a extensão do município as escolas e postos de saúde e traçado um raio de 500m desses pontos. A partir do cruzamento de dados foi possível localizar uma área residencial no bairro São Jacó que cumpriu os requisitos estabelecidos.
O projeto atende todas as necessidades e determinações, conforme previsto no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), com aplicação da neuroarquitetura, promovendo a diminuição do impacto de abandono e proporcionando uma melhor qualidade de vida ao abrigado, com a utilização de estratégias que estimulem a criatividade e desenvolvimento, criando ambientes acolhedores, dignos de moradia, que transmitam segurança, proteção e cuidado.
As definições de projeto foram pautadas em uma demanda real, após visita ao local e conversa com os funcionários. Para o projeto, foi levado em consideração os custos da construção por se tratar de obra com recursos públicos e apresentado diversas estratégias sustentáveis como: uso do bloco ecológico, painéis fotovoltaicos, cobertura verde, cisterna, biodigestor, entre outras.
A edificação se divide em três setores:
Moradia – onde se localiza os dormitórios, foi posicionado próximo a divisa do lote orientado à leste e norte para melhor conforto térmico;
Administrativo – conectado com a entrada principal para controle do funcionamento do local, proporcionando maior segurança aos abrigados;
Serviços – com acesso independente e próximo a administração para melhor fluxo dos funcionários.
Para conectar os setores foi criado uma grande circulação, que possui conexão direta com a área externa e contempla a entrada principal com brinquedoteca para melhor receptividade dos novos abrigados. Para a área externa foi criado estares a partir das árvores existentes e projetado um pátio central de modo que os abrigados possam brincar com segurança.
“Os edifícios e ambientes que criamos não servem apenas para abrigar de maneira segura e confortável o público infantil: eles também servem para apoiar o desenvolvimento de habilidades e memórias que acompanharão os indivíduos ao longo de toda sua vida”. (PAIVA, 2020)
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