UFPEL, UMA UNIVERSIDADE NA CIDADE?
Possibilidades de usos para os espaços da Universidade Pública no Porto de Pelotas
A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) foi fundada em 1969, integrando Universidades e Institutos já presentes em diferentes espaços da cidade. Inicia-se a tentativa de concentração das atividades acadêmicas em um campus unificado no Capão do Leão, município vizinho que fazia parte de Pelotas. Em 1986, surge o movimento ‘Universidade na Cidade’ coordenado por discentes do curso de Arquitetura e Urbanismo, que confrontava a ideia de um campus fechado e isolado, e propunha a ocupação de prédios históricos da cidade.
A expansão da Universidade para a Cidade se intensificou a partir dos anos 90, conhecendo seu período mais intenso entre 2007 e 2013 (período do REUNI). A descentralização da Universidade aconteceu por motivos diversos, e resultou em uma Universidade descentralizada – mas concentrada – em seis “campi”: Capão do Leão, Fragata, Norte, Anglo, Centro e Porto.
No Porto, a UFPel ocupa diversas edificações, porém, atualmente há mais de dez imóveis sem uso ou subutilizados. Na região também há de áreas de especial interesse social e ocupações irregulares, que caracterizam socioeconomicamente a população, predominantemente de baixa renda.
A partir de projetos de extensão, revelou-se, no contato com comunidades de baixa renda, um sintomático desconhecimento da UFPel enquanto Universidade Pública, de espaços e equipamentos públicos de educação. A desinformação se aprofunda quanto a gratuidade do ensino, as formas de acesso e as possibilidades de auxílios à permanência.
Diante disso percebeu-se as potencialidades de pensar as propriedades da UFPel no Porto como espaços urbanos públicos, buscando propor alternativas para que a comunidade possa estar nos espaços da Universidade, relacionando os serviços públicos do entorno às dinâmicas da UFPel, a partir da associação entre a Universidade, a sociedade e a cidade.
O Projeto apresenta, então, um campus aberto da Universidade Federal de Pelotas, desenvolvendo soluções urbanísticas (percurso de conexão entre os espaços), paisagísticas (conjunto de praças) e arquitetônicas (galpão de esportes).
Desenho urbano do percurso entre espaços: propõe-se a conexão entre os equipamentos e espaços urbanos por um percurso pela Rua Beijamin Constant, a partir de um novo desenho urbano que busca incentivar o caminhar e que tem a rua como espaço de convivência, a partir de alargamentos das calçadas e módulos de arborização e permanência.
Paisagismo do conjunto de praças: projeta-se a conexão entre as três quadras, configurando-as como uma grande praça urbana, e qualificando-a a partir de áreas destinadas ao lazer e esporte, integrados com a Escola Infantil Municipal existente, e espaços de arquibancadas voltadas para a Rua Conde de Porto Alegre, onde atualmente acontece o Carnaval de rua em Pelotas.
Arquitetura do galpão de esportes: planeja-se manter a edificação existente (estrutura de pilar e viga de concreto e cobertura em arco sustentada por treliças metálicas), removendo os fechamentos e divisórias, para ressignificar esse espaço a partir de equipamentos esportivos como quadras, piscina, academia e um pista de corrida elevada. O terreno ao lado assume o uso já consolidado pela comunidade: campo de futebol.
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