Tree House | Ateliê de Experimentação Visual
Com base nos levantamentos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi constatado o crescimento exponencial da população infantil e jovem nos últimos anos no município de Caxias do Sul. Com isso, proporcionalmente ocorre um aumento na demanda por atividades de contraturno escolar.
Além disso, atualmente no Brasil a falta de incentivo e a precariedade na capacitação dos profissionais de lecionar a educação artística nas escolas fica cada vez mais perceptível, tomando proporções ainda maiores nas redes públicas de ensino.
Com o intuito de suprir as demandas locais e tornar o ensino da arte acessível, lúdico e inclusivo, foi proposto o Tree House | Ateliê de Experimentação Visual, localizado no Bairro Cinquentenário, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. O empreendimento tem como base a Educação Montessoriana, que em resumo estimula a criança a ser protagonista na construção do seu conhecimento, livre de preconceitos ou julgamentos.
Além disso, a deficiência comercial da região implica em grandes deslocamentos diários por parte dos moradores para aquisição de itens básicos de alimentação, portanto, em anexo ao ateliê, foi proposta uma padaria/cafeteria, que atende tanto o público que frequenta o empreendimento, quanto o público geral e as pessoas que usufruem da praça em frente ao lote definido.
Além de proporcionar um ambiente aconchegante e imersivo, o projeto tem como premissas a sustentabilidade e o conforto térmico e acústico. A implantação respeita e preserva as doze árvores preexistentes no terreno, além de garantir o mínimo de movimentação de terra, mantendo as curvas de nível originais. Os volumes internos (salas de aula) sofrem rotações estratégicas, sempre prezando pelas visuais para o pátio interno e otimizando a iluminação natural ao longo do dia. A ventilação cruzada é sempre priorizada, dispensando o uso excessivo de ar-condicionado. O pátio central é o coração do projeto, onde todas as salas se convergem e a conexão com a natureza se fortalece. A estrutura é em Cross Laminated Timber (CLT), que prioriza os aspectos biofílicos, além de ser sustentável e possuir uma maior resistência ao fogo em comparação com outros tipos de madeira. As paredes externas adotam o sistema de fachada ventilada, que juntamente com as outras estratégias, proporcionam um excelente conforto térmico, independente das condições externas, além de auxiliar na redução dos ruídos que por natureza já são baixos. Por fim, as coberturas contam com claraboias auxiliando na iluminação natural, telhado verde, além de placas fotovoltaicas para geração de energia elétrica e captação de água pluvial para utilização em banheiros e na jardinagem.
O projeto se expande para além dos seus limites físicos, é apenas um veículo para viabilizar o que realmente importa, que é a disseminação da arte através das novas gerações. A Praça Romeu Juchem se torna uma extensão do ateliê e vice-versa em oficinas e eventos abertos ao público e ações beneficentes. Afinal, a arte é, ou ao menos deveria ser para todos.
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