A salvaguarda patrimonial aliada a manutenção de espaços públicos, se apresenta como tema extremamente relevante no que se diz respeito as cidades. No entanto, ambos os assuntos vêm sendo ameaçados nas cidades mais antigas pela falta de políticas públicas eficazes para a manutenção patrimonial e das áreas verdes municipais.

Neste contexto, encontra-se o edifício que abrigou a Estação Ferroviária municipal de Cruz Alta – RS e seu Largo, um amplo espaço que nos últimos anos vem sendo negligenciado, tornando sua área de mais de 15 mil m² e seu entorno em locais perigosos para os residentes dessa região, por conta da sua subutilização. Hoje o prédio apresenta diversas patologias, lixo e praticamente nenhum cuidado, apesar de ainda possuir atividades em algumas salas. Além disso, tem sido utilizado como moradia por pessoas em situação de rua, ponto de prostituição e venda de entorpecentes. Diante do exposto, o trabalho tem como tema o desenvolvimento de uma pesquisa e o estudo de um anteprojeto arquitetônico de requalificação do prédio da Estação Ferroviária de Cruz Alta. A proposta contempla a criação de um complexo gastronômico e a requalificação do Largo, além da criação de espaços para abrigar a feira do produtor e ambientes voltados às expressões artísticas.

Os complexos gastronômicos baseiam-se em locais que oferecem bares e restaurantes de diferentes tipos e gastronomias, reunidos em um ambiente integrado, favorecendo as trocas de experiências e cultura entre as pessoas que os usufruem. Além de poder estar incluso em seu programa, espaços voltados a cultura e expressões artísticas, como galerias para exposição e apresentações. Ideias como essa tem se mostrado cada vez mais recorrentes e próximas, alguns exemplos são a Gare Gastronômica em Passo Fundo, a Fabbrica em Caxias do Sul e o Cais Embarcadero em Porto Alegre, ambos no Rio Grande do Sul. Assim, essa tipologia se apresenta sendo de grande valia para implementação na cidade de Cruz Alta, devido à carência de locais com estas características no município.