Guaíba está distante 32km de Porto Alegre e tem aproximadamente 100 mil habitantes, se destacando pelo seu contexto histórico e pelas belezas naturais do lago Guaíba. A cidade pode ser considerada turística desde os anos de 1950/60, quando a Praia da Alegria era um local de escolha de veraneio, tanto dos moradores quanto de turistas de Porto Alegre e região. Em 1972, com a implantação da empresa Celulose Riograndense, o lago e a região da cidade próxima à empresa foram poluídos, fazendo com que a prainha entrasse num quadro de desuso e abandono. Já em 2011, o transporte marítimo entre POA e Guaíba foi retomado pela empresa Catsul, trazendo um público turista não esperado e ficando expressa a necessidade de uma intervenção no trecho da orla, caracterizada como a porta de entrada para a cidade.
Guaíba recebeu o título através de um projeto de lei, em 2011, de Berço da Revolução Farroupilha. Esse título originou-se pela tomada de Porto Alegre em 1835, quando os líderes Farrapos se reuniram na Casa de Gomes Jardim e em baixo do cipreste planejaram o 20 de setembro. Assim sendo, a orla não é somente a porta de entrada da cidade, mas também o caminho que leva à casa Gomes Jardim, à praça e ao Cipreste Farroupilha.
A área de intervenção foi delimitada de modo a atender aos turistas que chegavam na cidade pela hidroviária e não encontravam um lugar estruturado, com atrativos que induzissem a permanência, e instigassem a história do município. Esses objetivos foram atendidos com a junção da história local e da cultura tradicionalista, criando um Berço de Novas Memórias: um local que não substitui, mas que acrescenta. Desta forma deu-se a releitura do cenário original: a casa, a praça e o cipreste; representados no projeto, respectivamente, como a hidroviária, a praça e um grande monumento que se destaca aos olhos do observador.
Além da proposta de destacar a história, cultura e tradicionalismo local, o projeto teve como intenções priorizar o pedestre, prover usos para todas as idades, criar um local de permanência e criar um local de contemplação.
O partido inicia pelo ponto de chegada na hidroviária, onde o turista chega à cidade e se depara com a edificação: uma estrutura de grande porte que traz a fachada da Casa Gomes Jardim para o contemporâneo. Na sequência encontra um grande largo, com espaços de lazer, contemplação, feira, permanência e o grande monumento do Cipreste. O largo direciona a continuidade do passeio, levando o usuário ao calçadão que foi reestruturado e avançado sobre à via, esta que se tornou via de mão única. Na área do calçadão, todas as faixas de pedestres foram elevadas, priorizando o passeio nos dois lados da via. Os trapiches, por sua vez, atendem às necessidades de eventos marítimos que acontecem na cidade, além de serem espaços para contemplar toda a beleza do lago Guaíba.
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