A seleção do tema é motivada devido à situação em que as famílias se encontram. Em sua maioria, são indivíduos de baixa renda, coletores de materiais recicláveis e ocupam o solo de forma irregular em Porto Alegre/RS. Os objetivos deste projeto é auxiliar o desenvolvimento dessas comunidades valorizando a entrada da cidade e do 4º distrito.
Hoje, está em andamento o projeto da nova ponte do Guaíba e, devido a esta obra, as comunidades serão removidas. Paralelamente, existe um plano de realocação do DNIT, e este trabalho utiliza os dados reais para o reassentamento de 998 famílias e 33 pontos de comércio cadastrados. O terreno do projeto é o mesmo utilizado pela prefeitura, para que os resultados do trabalho sejam próximos da realidade.
Além das unidades habitacionais, divididas em 3 tipologias de 65, 50m² e 45m², o projeto visa criar alternativas para que os habitantes tenham condições de estudar, profissionalizar-se e trabalhar. Serão implantados um centro comunitário, escola de educação infantil e galpão de triagem.
DIRETRIZES:
O terreno encontra-se “cercado” por muros. A intenção é integrar o lote ao entorno, para aproveitar todas as opções de mobilidade disponíveis e gerar fluxo de pessoas no local, implantando comércios e equipamentos, levando em consideração a tipologia do bairro e respeitando as edificações vizinhas.
SETOR 1
Implantação da passarela que faz a ligação da Estação Aeroporto com o bairro, e um ponto de transportes multimodal. Nesse setor, fica o galpão de triagem principal. A área abaixo da passarela foi utilizada como salão de festas, e visa contribuir para a diminuição da insegurança. Por ter grande extensão, a passarela foi dividida em três zonas, e a sua forma rebatida gera impressão de caminhos menores. Nela, temos o uso de mobiliários para que os pedestres possam descansar e aproveitar o ambiente de espaços coloridos, arborizados e infantis, diferenciando-a das passarelas usuais.
SETOR 2
Aqui, temos a rua compartilhada, que traz o conceito de que somos donos do espaço urbano, reduzindo o uso de veículos e conferindo um caráter mais humanizado. O parque infantil integra as crianças e a horta vertical permite que a população possa cuidar do ambiente em comunidade.
SETOR 3
Nele há o centro comunitário que oferece oficinas profissionalizantes. A escola de educação infantil oferece educação às crianças e auxilia seus familiares, pois funciona em horário integral. Devido à necessidade de mais espaço para a triagem individual, foi adicionado um galpão de triagem auxiliar. Junto a ele, temos uma praça seca que se adapta a diferentes usos, como comércio itinerante e festas populares.
SETOR 4
Blocos de unidades unifamiliares, para grupos de oito ou mais pessoas. Levando em consideração que cada família tem suas particularidades, foram construídas casas de 80m² com uma área especial, que pode ser alterada conforme necessidade. Há, também, espaços para a prática de atividades físicas.
“Procuramos responder com ferramentas próprias da arquitetura a uma pergunta não-arquitetônica: como superar a pobreza? ”
Alejandro Aravena
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