O trabalho propõe uma integração paisagística e urbanística para as margens do Arroio Barracão, em Guaporé-RS, proporcionando espaços para contemplação, esporte, turismo,
entretenimento, lazer, além da preservação e valorização da paisagem natural, concebendo um
corredor verde como uma ferramenta de auxílio à drenagem urbana. A resposta normalmente
ditada pelos planos diretores de drenagem é recomendar a construção de mais obras de galerias
e canalizações, que acabam por sobrecarregar rios e córregos com alguma capacidade de
absorção dessas sobrecargas afetando principalmente as populações ribeirinhas, em termos
urbanos os limites atuais do arroio são materializados através de um traçado viário que se
conforma uma costura urbana para a cidade de Guaporé, hoje divididas em ambas as margens.
Contrapondo-se a isto o projeto apresentado de parque linear com 3km de extensão em
meio ao perímetro urbano parte do pressuposto de que este fundo de vale é uma área de alto
desempenho natural e baixa declividade, características desejadas para serem convertidos em
eixos de mobilidade multifuncionais, capazes de estruturar uma rede conectada de espaços
abertos no interior da trama urbana, potencializando atividades de lazer e convívio espalhadas
pela área de intervenção e que se unem através de um percurso que prioriza pedestres e ciclistas.
Frente aos atuais desafios ambientais, essa área surge como potencial para receber
Infraestruturas Verde- Azuis, capazes de fornecer uma reestruturação e qualificação destes
espaços através de um Parque Linear que explora um eixo de ligação que cruzará a cidade
modificando o desenho urbano e a percepção dos moradores da cidade, o objetivo é que o
parque proporcione deslocamentos agradáveis, entre jardins paisagísticos arborizados,
calçadões, praças, fontes, arte e sistemas de iluminação especiais, criando um conjunto de
estruturas capaz de propiciar uma boa articulação dos fluxos internos e externos, provendo
conexões adicionais e novos lugares para a fruição, sendo que se pode destacar a generosa praça chamada de Parque das Águas, criada a partir dos vazios gerados pela remoção das casas em áreas de APP invadidas e sujeitas a inundações recorrentes, ao mesmo tempo em que se integra harmoniosamente com os bairros e as comunidades em seu entorno, possibilitando expandir laços sociais entre os vizinhos e cidadãos, incluindo sua participação no planejamento, construção e manutenção do espaço. Esse aspecto é fundamental, uma vez que atribui ao parque linear um potencial de gerar vínculos com áreas verdes e equipamentos públicos preexistentes, consolidando a ideia de um sistema de áreas verdes para toda a cidade.