Nó urbano que promove o sentimento de segurança, identificação e pertencimento. Feita da nós para nós!
Para gerar oportunidades democráticas, ambientes igualitários e cidades inclusivas, é importante que as mulheres participem das discussões, inclusive no ambiente político, visto que esses são os espaços de tomadas de decisões. Nos últimos anos ocorreram pequenas movimentações e evoluções nas políticas públicas, mas as mulheres ainda sofrem, sentindo no dia a dia a defasagem quando o assunto é segurança, emancipação e autonomia feminina. Como forma de enfrentamento dos problemas citados, o projeto NÓ.S propõe um centro de capacitação e atendimento para mulheres.
O programa conta com setor educacional, visando capacitar mulheres que buscam sua independência financeira, e com setor de saúde (física e mental) garantindo um ambiente seguro para quem procura por ajuda. Além disso, o projeto procura extrapolar os limites do terreno, seja através de eventos públicos, como forma de instruir e prevenir, ou através das diretrizes do urbanismo feminista, onde propõe pequenas e eficazes intervenções pelas ruas do bairro.
O sítio localiza-se no Centro Histórico de Porto Alegre, área onde diariamente circulam mulheres da região metropolitana, e foi definido também para confrontar problemas que o bairro tem enfrentado, que fazem com que o Centro tenha diversos espaços que não geram identificação com as pessoas, espaços artificiais, vazios urbanos, terrenos subutilizados e os diversos edifícios garagens. Com isso é necessário pensar o espaço a partir do cotidiano de quem o utiliza, em virtude do Centro Histórico viver por meio da diversidade de pessoas da Grande Porto Alegre, o urbanismo feminista vem como forma de realçar que a vida das pessoas precisa ser prioridade nas decisões de planejamento, considerando as necessidades e experiências individuais.
A proposta busca usar a localização de um dos diversos edifícios garagens, para reativar a cidade, ocupar o bairro, e incentivar as mulheres da região metropolitana. A escolha do sítio levou em conta a proximidade com o transporte público e seus terminais, a proximidade com outros equipamentos de apoio à mulher, e os horários de funcionamento dos edifícios vizinhos, identificando quais os horários mais frágeis para a circulação, para complementar com o novo programa nesse miolo de quarteirão.
A estratégia de partido levou em consideração a forma do terreno e os desníveis dele. Por conta do desnível, o partido nasceu em corte e isométrica juntos, para entender como seria a relação entre as ruas. O conceito une a forma e o uso, com a ideia de ser um respiro em meio ao denso entorno, através de um pátio interno. Essas premissas configuraram a fachada da rua Jerônimo Coelho, com o programa administrativo e de acolhimento, visto que essa via possui um fluxo menor de pessoas, facilitando um acesso mais reservado para os atendimentos. Na rua Riachuelo se acomoda o edifício com serviços de ativação e capacitação. Com a ideia de unir esses locais, tornando-o um, entram as circulações entre os edifícios por meio de passarelas que criam um visual de enlace.
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