Durante muito tempo, o homem e a mulher ocupavam espaços muito distintos dentro da sociedade e da política, a mulher desempenhava a função de mãe, dona de casa e cozinheira, limitada da atuação no mercado de trabalho e aos próprios direitos pessoais. Na educação não foi diferente, enquanto o homem sempre teve acesso à educação e foi ensinado a assumir, a mulher deteve a posição de servir.
Neste contexto, a premissa do projeto é criar um espaço de iniciativa pública, que acolha, profissionalize e proporcione a geração de renda dessas mulheres, que em sua maioria são privadas do acesso à informação e a profissionalização, o que dificulta a inserção no mercado de trabalho formal. A proposta visa desenvolver um espaço que dê assistência pessoal, educacional e profissional, que proporcione o acesso à informação e aos direitos básicos, desenvolva habilidades e gere empregos, alavancando a vida pessoal e profissional das cidadãs e o mercado de trabalho local.
O desenvolvimento profissional das mulheres estará diretamente atrelado ao funcionamento da unidade como um todo, posto que, as oficineiras (como são denominadas as estudantes da UGR) serão profissionalizadas na alta cozinha, colocando em prática suas habilidades, nos espaços do restaurante, gastrobar e cafeteria. Estes espaços serão abertos ao público, e a renda gerada por eles será destinada a manutenção da UGR e a remuneração das mulheres que estão se profissionalizando. Além disso, o projeto conta com espaços destinados ao acesso à educação e a cultura, como salas de aula teóricas, bibliotecas, midiatecas e espaços de desenvolvimento artístico.
O resultado arquitetônico do projeto, é norteado pelo conceito da palavra Ação, sendo esta o que se busca trazer para o público alvo e para a cidade, de forma que se proporcione às mulheres que sejam ativas no mercado de trabalho, se tratando também, de uma ação coletiva com a comunidade. Tal conceito, se traduz ainda, na volumetria do projeto, possuindo formas dinâmicas que criam visuais agradáveis a partir das áreas internas e se integram com o pátio central.
A topografia do projeto, é desenvolvida objetivando a adequação do espaço a topografia naturalmente acentuada do terreno, empregando em sua arquitetura, materiais e formas construtivas de fácil acesso na região, que aliados a iniciativas sustentáveis como o uso de cisternas, aberturas posicionadas estrategicamente para criar uma ventilação cruzada, brises para reduzir a incidência solar, e o emprego de placas solares, permitem a criação de uma obra que busca reduzir o impacto ambiental decorrente da criação de um espaço de grandes dimensões.
O projeto como um todo, funciona como uma ferramenta para a manutenção da relação de mulheres de baixa renda com o mercado de trabalho, permitindo que estas, através da UGR, tenham acesso a novas oportunidades pessoais e profissionais, promovendo o acesso a cultural e a igualdade, e influenciando positivamente todo o contexto socioeconômico no qual elas estão inseridas.
MULHERES EM FORM(AÇÃO): UNIDADE DE GERAÇÃO DE RENDA (UGR) PARA MULHERES EM SITUAÇÃO DE FRAGILIDADE SOCIAL
Autor:
Daisy Jung
Orientador:
JOÃO DA JORNADA FORTES FILHO
Instituição:
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI Campus Santo Ângelo
Data:
2022-2
Deixe seu comentário