A inconstância da natureza provoca fenômenos avassaladores, dos quais muitos ocasionam em vítimas e perdas materiais. A população carente é a mais atingida, pois fica à mercê de recursos e amparos externos. No município de Santa Maria, o constante fenômeno que desabriga e destrói casa, está relacionado as forças dos ventos. A sua famosa denominação como “cidade do vento norte”, se contrapõe com os estragos ocasionados por ele. Já a cidade de Itaqui, as margens do rio Uruguai, sofre anualmente com enchentes e inundações nas épocas de cheias. Tendo em vista esta necessidade, em propor abrigos de emergência para a população carente atingida por fenômenos climáticos, este Trabalho Final de Graduação foca no tema, destinado às duas cidades, entretanto, com caráter de ser implantado em qualquer região do Brasil.
O conceito do projeto visa a dualidade: ao mesmo momento que a natureza caracteriza e atrai atenção nestes municípios, avassalada e deixa prejuízos. A conceituação também pode ser vislumbrada na formalidade geométrica dos abrigos: o triângulo como manipulador climático e o quadrado como otimização do espaço, característica importante em situações de desabrigados. A superfície externa contrapõe com a interna, pois para proporcionar resistência as intempéries, se fez o uso de chapas cimentícias. Internamente, tangenciando proporcionar conforto, se fez o uso da madeira.
O projeto parte do pressuposto de que a fabricação digital pode auxiliar em casos como este. A proposta se desenvolve a partir do uso de chapas de compensado naval e do corte Computer Numeric Control. A solução desenvolvida permite que a confecção seja fabricada localmente, no sítio definido de abrigo, ou conte com o auxílio da cadeia produtiva local, com a colaboração de empresas com maquinário, tendo em vista que os aparelhos já são populares. A proposição de um sistema de habitação montada por meio de encaixes, tangencia que os próprios moradores executem suas residências temporárias. A atividade de montagem foca na colaboração e trabalho em equipe, para amenizar as lástimas da tragédia. Após o uso dos módulos, estes poderão ser redirecionados, servindo de mobiliário àqueles que perderam tudo. Característica possível graças a fabricação digital, permitindo o reuso e recorte das chapas usadas.
As ferramentas de desenho paramétrico permitem que o projeto seja replicado em diversas localidades, pois através da mudança de dados o projeto consegue se adaptar as latitudes e fatores bioclimáticos locais. A habitação desenvolvida apresenta inclinações capazes de barrar os efeitos solares, captar a radiação solar para produzir a própria energia, além de captação e tratamento da água das chuvas e usadas na residência. Ao observar o projeto, a segmentação projetual feita para a elaboração dos módulos sanitários, permite que estes sejam empregados em moradias comuns. Comunidades em favelas e habitações de interesse sociais que não possuem banheiros adequados, agora poderão contar com o equipamento. Situação vista como relevante no cenário atual, da necessidade de um ambiente de higienização adequado na casa de toda a comunidade.
Módulo Habitacional Emergencial
Autor:
Eduardo Ductra Bortolotti
Orientador:
Clarissa de Oliveira Pereira
Instituição:
Centro Universitário Franciscano - UFN
Data:
2020-2
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