A ditadura militar não terminou. Passados mais de 50 anos do golpe, o país ainda carrega consigo os conceitos utilizados na época até os dias de hoje. O relatório final da Comissão Nacional da Verdade foi um grande avanço nesse sentido, pois trouxe luz a um período obscuro da história brasileira. Além disso, ele prevê a preservação das memórias das graves violações dos direitos humanos e da luta pelo Estado Democrático de Direito.
Entende-se que o Brasil não soube lidar com as mágoas do passado, visto que através da Lei da Anistia não puniu os agentes responsáveis pelos crimes cometidos na ditadura militar, deixando essa lacuna da sua história recente do país em aberto e mantendo alguns dos conceitos adotados durante o regime militar vivos na atualidade.
Dessa forma, propõe-se um espaço que reúna as memórias nacionais, sirva como estimulador da mudança e como instrumento para eterna vigilância da democracia: O Memorial Nacional pela Justiça, Verdade e Direitos Humanos. A partir do conhecimento sobre o passado, a proposta para o Memorial Nacional em Porto Alegre simboliza um marco da memória política do país e das vítimas que sucumbiram na ditadura militar.
Com o conceito de lembrar para que não se repita, a função da arquitetura neste projeto será preservar a memória das graves violações de direitos humanos e da luta pela justiça, e promover a reflexão do seu legado na atualidade, permitindo olhar para o futuro.
O memorial deverá proporcionar o conhecimento histórico nacional ao visitante e homenagear as vítimas do período militar, a fim de auxiliar a nação a perceber as angústias do passado. Através da combinação entre arquitetura e paisagismo, ele deverá possibilitar conhecer passado e permitir olhar para o futuro. A proposta tem caráter público e sua abrangência será nacional, sendo idealizado com o apoio direto do Ministério da Cultura e financiado com recursos do OGU.
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