Memória e Cultura: um percurso por edificações requalificadas

A cidade de Farroupilha, localizada na Serra Gaúcha, iniciou seu desenvolvimento a partir da chegada de imigrantes italianos em 1875. Com a passagem do trem pelo local, a cidade cresceu e começou a ganhar maior infraestrutura (PREFEITURA; 2019). Desde então, muitos prédios foram importantes para o desenvolvimento da cidade. Hoje, esses prédios se encontram em situações de abandono e descaso, estando em situações críticas de depredação, sem uso ou subutilizados, alguns correndo risco de serem demolidos.
Tais edificações estão localizadas no centro da cidade, que se divide segundo o plano diretor entre uma zona central e um zona de interesse de patrimônio histórico, cultural e ambiental que infelizmente não engloba todas edificações históricas da cidade, já que contempla apenas a Rua Júlio de Castilhos. O município apresenta poucas atrações de lazer e cultura, não existem apresentações de teatro e arte, nem cinema ou feira do livro, o que faz a população mais carente ficar sem opções enquanto a população com maior renda procura em outras cidades tais atrações, o que contribui para que o centro permaneça vazio durante as noites e aos domingos, precarizando também a economia local. Assim, buscando valorizar o patrimônio da cidade e preservar sua história e cultura, o projeto tem como finalidade dar novos usos a estes locais, criando também um percurso que os interligue para que juntos se valorizem ainda mais. O projeto tem como intenção, também, proporcionar a todos moradores acesso a cultura e arte, de forma democrática, valorizando a cultura local, e mostrando a sua importância.
Para isso, o projeto busca na Lei 10.257/01 denominada Estatuto das Cidades apoio legal. A lei enfatiza que todos prédios devem cumprir sua função social, garantindo a coletividade dos espaços urbanos e a sustentabilidade. O plano diretor da cidade de Farroupilha se apoia no Estatuto das Cidades dizendo que os instrumentos do mesmo que possibilitem o cumprimento da função social dos edificios devem ser aplicados, e ainda, segundo o novo plano de desenvolvimento da cidade, estão previstas parcerias público-privadas para novos projetos focados em turismo e cultura, tais parcerias serão essenciais para a realização deste projeto.
Portanto, para estruturar o trabalho, ele foi dividido em três etapas: A primeira, “o vazio”, onde foi feita a análise da cidade e das edificações por meio de mapas, análises e levantamentos, gerando diretrizes e conceitos úteis ao projeto. Na segunda etapa, intitulada “a conexão”, é proposta em macro escala quatro novas zonas com usos culturais e de lazer, requalificação de vias e espaços abertos, implantação de ciclovia e a conexão dos usos propostos. Na última etapa, “o encontro”, é realizado o detalhamento urbano e arquitetônico de duas das edificações do projeto para a implementação dos novos usos propostos.

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