Um equipamento público de interesse sociocultural, que tem a intenção de criar espaços para o uso de atividades que a cidade realiza, transformando o equipamento em um polo cultural germânico de grande abrangência para a cidade e região. A proposição desse equipamento tem o intuito de enfatizar ainda mais o turismo, criando um espaço qualificado de lazer e convívio comum no centro da cidade. O equipamento terá como local de inserção a área central de São João do Oeste, SC-Brasil, facilitando assim, o acesso do público e, ainda, inserindo-o em um eixo turístico já consolidado na região.
A localização do equipamento estabeleceu as bases da proposta arquitetônica nos seus aspectos funcionais, formais, materiais e expressivos. O edifício destinado a implantar a cultura alemã e a receber intenso turismo, é descoberto a partir de um caminho alto, num terreno de planície verde, rodeado por maciços de vegetação. O projeto procurou relacionar intimamente a obra a esta paisagem por razões funcionais, de sustentabilidade e de expressão da identidade.
Em primeiro lugar, foram aproveitados os desníveis do terreno, com um sistema escalonado das curvas de níveis. A configuração linear do centro cultural oferece um extraordinário aproveitamento solar, pontos de acessos distintos e uma excelente relação visual com a paisagem, possibilitando o diálogo exterior-interior na sua máxima expressão.
Para melhorar as condições térmicas, o terreno se abre para a edificação, com a necessidade de permitir luz e ar, desta forma, as laterais foram abertas e ajardinadas. Foram utilizados muros de gabião e telhado com inércia térmica e ventilações cruzadas. Os muros de gabião, com cascalhos do lugar, de fácil construção e de pouca manutenção. A cobertura de telha zipada é intercalada por aberturas zenitais que permitem iluminação natural em seu interior.
Dois acessos determinam uma memória tátil a partir da caracterização de materiais que lembram o estilo arquitetônico germânico, tais como, a madeira e o tijolo a vista, intercalados com o uso de concreto e vegetação rasteira. Tais acessos possibilitam uma experiência de espaços diversificada, a madeira se eleva, assumindo um espaço para permanência, o tijolo, o concreto e a grama, como espaços de passagem.
Nas fachadas, a linguagem interpreta e retoma sutis características do contexto, com madeiras recortadas em dimensões que remetem aos tijolos usados no enxaimel. Confeccionados com eucalipto tratados em autoclave da própria região. A aparência hermética do edifício contrasta com seu interior esculpido. A luz, a sombra e a penumbra apresentam um papel de protagonismo em sua composição física e atmosférica. As perfurações verticais estabelecem um ritmo musical e conexões visuais com os níveis superiores, que revelam relações espaciais enriquecedoras do percurso.
O programa de necessidade estabelece estratégias projetuais de ambientes que estão conectados entre si por espaços públicos que, como galerias abertas, permitem apreciar exibições itinerantes.
Entre as diretrizes que pautaram a construção do centro cultural, está a adoção de sistemas construtivos industrializados, especialmente para a execução da estrutura. A preocupação era racionalizar os recursos e garantir a execução precisa das características principais do projeto.
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