Espaços Coletivos para a Bacia do Arroio Taquara

As hortas comunita?rias, quando inseridas em contexto urbano de degradac?a?o so?cio-ambiental, exercem papel essencial de integrac?a?o social e preservac?a?o da natureza. Apesar deste me?rito, sa?o espac?os susceti?veis a ameac?as de desmobilizac?a?o por parte dos governos locais, seja por desestruturac?a?o direta, seja por poli?ticas pu?blicas que priorizam o mercado imobilia?rio em detrimento de iniciativas locais auto?nomas.
Este projeto busca identificar estratégias urbanísticas que colaborem com o fortalecimento da coesão social gerada pela Horta Comunitária da Lomba do Pinheiro. De modo a reforçar seu papel de referência na comunidade, propõe-se a articulação com demais usos para agregar dinamismo e segurança à horta, potencializando-a e, simultaneamente, aproveitando sua essência como espaço-âncora para irradiar engajamento para outros espaços. A partir da experiência como voluntária na horta, foi possível identificar problemas que abrangem área maior que a horta em si, levando à abordagem em três escalas.

A macroescala teve como objetivo propor um sistema de espaços coletivos e equipamentos para a bacia do Arroio Taquara.
A partir da análise da área, foram propostas duas estrate?gias urbani?sticas principais. A primeira adota o conceito de espac?os abertos com vitalidade, proposto por JACOBS (2007) e definidos como espac?os que atraiam um grande nu?mero de usua?rios, com perfis variados, hora?rios e propo?sitos diversos. Quanto maior a diversidade de usos e usua?rios, maior sera? a capacidade do espac?o se manter animado e seguro naturalmente. São aplicados quatro requisitos para atender a essa estrate?gia: complexidade, centralidade, insolac?a?o e sombreamento e delimitac?a?o espacial. A segunda estrate?gia baseia-se no conceito de infraestrutura verde e azul, que consiste em compreender os recursos naturais como parte da infraestrutura urbana, mimetizando os fluxos ocorrentes nas paisagens naturais.

A mesoescala teve como objetivo a criac?a?o de um parque ambiental para o Arroio Taquara, visando promover a recuperac?a?o e valorizac?a?o do arroio, incorporando a proposta de parque linear lanc?ada pelo projeto participativo Construindo a Lomba do Futuro.
Realizando um diagno?stico do arroio, identificaram-se os principais problemas e potencialidades. A degradac?a?o do arroio, por meio de supressa?o da vegetac?a?o e da ocupac?a?o irregular de a?reas de preservac?a?o, a contaminac?a?o das a?guas por lanc?amento de esgotos dome?sticos e a ocupac?a?o humana em a?reas de risco sa?o causas de problemas de segurança e de sau?de, como a proliferac?a?o de doenc?as de veiculac?a?o hi?drica. Como aspectos positivos, ressalta-se a possibilidade de criac?a?o de espac?os de lazer junto ao arroio, desde que recuperadas suas condic?o?es ambientais, e a utilizac?a?o do contato com o manancial para educac?a?o ambiental da comunidade.

A microescala contou com um projeto de espaço de lazer para o entorno da Horta Comunitária, uma demanda atual da comunidade, incorporando decisões projetuais elaboradas em uma atividade participativa realizada com moradores, acadêmicos e técnicos na horta.
Conforme o plano da macroescala, propo?em-se espac?os com usos variados no lote, proporcionando animac?a?o ao local e contribuindo para a sensac?a?o de seguranc?a dos espac?os pu?blicos. As duas prac?as projetadas, Prac?a dos Ipe?s e dos Jeriva?s, te?m em comum o nome de a?rvores nativas da regia?o.

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