A cidade de Porto Alegre, RS, assim como outras capitais brasileiras, sofre com a urbanização de seu território, parte pelo desenvolvimento urbano constante de ocupação de novos territórios e parte por processos de gentrificação de comunidades carentes centrais realocadas para territórios afastados do município.
Pesquisas e indicadores mostram que grande parte dessas comunidades se localizaram nas periferias do município de Porto Alegre no momento que a cidade se expandiu. Assim, houve a necessidade destes grupos buscarem novos territórios para viver, se deslocando para áreas verdes de risco, como encostas de morros e margens de arroios. Com a consolidação dessas comunidades em territórios afastados e com falta de saneamento e infraestrutura urbana, a cultura da violência e da precariedade caiu sob grupos de vulnerabilidade social, como mulheres, crianças e jovens, idosos, pessoas LGBTQIA+, pessoas em situação de rua e em situação de vulnerabilidade.
A proposta nasce da idealização de proporcionar às comunidades carentes, presentes em territórios vulneráveis da cidade, a oportunidade de se desenvolver e se profissionalizar ao mesmo tempo que preservam os territórios naturais onde estão inseridas.
Em resposta a esta problemática, o projeto busca, a partir de um planejamento macro da cidade, desenvolver intervenções pontuais distribuídas pelo território periférico do município. Conectado por uma rede verde de Avenidas Parque, é constituído um Perímetro Verde, que busca a preservação de ambientes naturais e a ressignificação de seu território, antes predominantemente rural. Em pontos estratégicos, baseado na “Acupuntura Urbana”(LERNER, 2003), estarão situadas as Cooperativas Verdes, que formarão uma rede de equipamentos urbanos e serviços que responderão às necessidades e demandas de cada região da cidade.
Para desenvolver o projeto, foi escolhida a Cooperativa Verde Campo Novo, inserida ao sul da cidade, no Morro da Tapera. Este se encontra em meio às grandes transformações socioambientais e urbanas dos bairros de seu entorno: a sul, urbanizado e ocupado por comunidades; a nordeste, rural e residencial.
Esta cooperativa abrigará o Parque Ecológico da Tapera, que conta com intervenções de menor impacto ao ambiente. Dentre elas, estão os caminhos elevados que evidenciam e protegem o patrimônio natural, além de praças voltadas para os diferentes bairros do entorno, criando maior integração e dinâmica. A cooperativa também contará com atividades para abrigar os grupos de vulnerabilidade que optarem por participar do programa, com um Núcleo de Habitação, Hortas Comunitárias para a região e um Centro de Desenvolvimento Social para atendimento psicossocial das comunidades e de seu entorno. As atividades de capacitação e desenvolvimento desses grupos serão voltadas para o coletivo, com atividades educativas, socioculturais e socioambientais.
Cooperativa Verde Campo Novo: Cooperativa Socioambiental em Perímetro Verde de Porto Alegre
Autor:
Bernardo Holgado Bello
Orientador:
Rodrigo Poltosi Gomes de Jesus
Instituição:
Centro Universitário Ritter dos Reis - UNIRITTER - Campus Zona Sul
Data:
2019-2
Deixe seu comentário