Centro Multicultural: Cinema e Centro de Integração Cultural entre os países de Mercosul

CENTRO MULTICULTURAL: CINEMA E CENTRO DE INTEGRAÇÃO ENTRE OS PAÍSES DO MERCOSUL.
Atualmente, a cidade de Pelotas é considerada um polo universitário, desde que a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) iniciou o programa federal REUNI, tendo como foco os prédios abandonados e subutilizados do bairro Porto, o qual também encontrava-se inerte. Diversas unidades da UFPel, como o Centro de Artes (CA), a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAURB) e o Instituto de Ciências Humanas (ICH), ocuparam estes prédios, levando vida e movimento ao bairro que, aos poucos, foi dominado por jovens estudantes. Destes prédios, ainda há a antiga Cervejaria Sul-Rio-Grandense, que foi escolhida para abrigar o Centro Multicultural Leopoldo Haertel (CMLH), local amplo e ideal para acolher o desenvolvimento das artes e o intercâmbio de conhecimentos, tanto entre alunos e artistas naturais de Pelotas, quanto de manifestações artísticas de países pertencentes ao Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). A ideia se deu uma vez que a cidade, apesar de muito rica em cultura, não possui espaços adequados para esse fim.
Portanto, este projeto abriga: as funções do Centro de Integração do Mercosul, estimulando a relação entre os países membros; o Observatório Sociocultural, espaço cedido ao Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas; local de apoio aos cursos como teatro, música, cinema audiovisual e animação, história, antropologia, relações internacionais, conservação e restauração de bens culturais móveis, entre outros; e atividades de expressões multiculturais e acesso à manifestações artísticas, como cinema, teatro e coral, produzidos por alunos da UFPel ou por artistas dos países do MERCOSUL. Tudo com o intuito de tornar o local benéfico e que produza retorno para a comunidade, auxiliando a integração sociocultural, enriquecendo e fortalecendo vínculos, além de gerar mais turismo para a cidade.
O conceito do Centro Multicultural Leopoldo Haertel está sustentado em três pilares interligados entre si, são eles a cultura, o patrimônio e o entorno. Ao conectar esses fundamentos tem-se como resultado: a vitalidade, pois é levado ao prédio e à região uma nova vida, através dos conceitos de reabilitação, intervenção mínima, retrofit e acupuntura urbana; o respeito à memória e aos moradores do bairro e da cidade, tornando-se assim, um local caloroso e agradável para vivência de todos; a sustentabilidade, desde a escolha do local a ser implantado até os materiais utilizados para a construção; e, por fim, todos esses pontos convergem na valorização do patrimônio, da zona inserida, da cultura, da população e da sustentabilidade.
Pelo fato do prédio ter sido concluído após diversas alterações e ampliações ao longo dos anos, reflete em ambientes, por vezes, desconexos e ímpares, resultando em desníveis e dificuldade de acessibilidade em algumas áreas, além de possuir diferentes estilos arquitetônicos, como o eclético e o industrial. Por essas particularidades e pela forte presença histórica na cidade e no bairro, este prédio é inventariado a nível 2. Tudo isso dificultou o trabalho de restauro e readaptação dos espaços para o novo uso, porém, mesmo com as adversidades, conseguiu-se amplos espaços, ventilados, iluminados, acessíveis e acolhedores, atingindo todas as demandas previstas.

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