O homem dominou a grande e intolerante natureza para criar um meio menos hostil para sobreviver. Ao contrário da filosofia de Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), não vivemos no melhor dos mundos possíveis. François-Marie Arouet (1694-1778), conhecido pelo seu pseudônimo Voltaire, em seu livro Cândido ou Otimismo apresenta uma crítica ao modo de viver otimista helenista de Leibniz. A natureza é grande e intolerante com tsunamis, furacões, tornados e doenças. Tão logo, “Se este é o melhor dos mundos possíveis, como serão os outros?” (VOLTAIRE,1759).
Desde 1600, com o avanço da ciência e outras artes, a natureza começou a ser vista não apenas pelo ponto de vista cósmico. Pois ela é desordenada, finita, não harmônica e tão pouco finalista, como Galileu Copérnico (1473-1543) explicou. Então esta não serve mais como referência para modelo de vida. Assim, no lugar da natureza o homem colocou-se como o centro. O homem moderno toma as decisões, ele a domina e tenta obter o melhor possível dela em busca de uma sociedade mais justa e igualitária, revertendo sua desigualdade.
Da mesma forma, desde a pré-história a mineração tem papel importante para o desenvolvimento econômico da sociedade. E dentro do processo de prospecção, pesquisa, explotação e beneficiamento do material apresenta-se alto potencial de impactos ao meio ambiente, podendo afetar até o bioma local. Apesar da legislação tratar sobre a revitalização destes espaços, é pouco rigorosa e não estipula que a área afetada seja restituída por completo.
Apesar das rigorosas leis que regulam o processo de extração de matéria prima do meio ambiente, como a Lei de exploração mineral nº 7.805 de 1989 que trata das atividades garimpeiras; Lei de Política e o Sistema Nacional do Meio Ambiente nº 6.938/1981 a qual trata da recuperação e indenização do poluidor; Lei dos Crimes Ambientais nº 9.605/1998 quanto às infrações e punições, diversos mineradores não sabem sequer como fechá-las legalmente e corretamente causando o menor impacto possível ao meio, como apresenta Foschini, Regina C. et al. A desativação de empreendimentos minerários requer um efetivo planejamento para o período pós-ocupacional a fim de mitigar os impactos ambientais, reabilitando através de soluções inovadoras e sustentáveis, para qual seja o futuro uso do local.
Dessa forma, através de pesquisas bibliográficas, virtuais e de campo na cidade de Santiago/RS, surge a proposta de projetar um espaço que além de revitalizar a mina de basalto pós-fechamento e devolver a malha urbana um terreno que cumpra sua função social, criar um polo de difusão de cultura, educação ambiental e lazer com área verde possuindo infraestrutura adequada.
O Centro Ambiental Pedreira (CAP) será uma área de mais de 25 hectares transformada em parque urbano densamente arborizado conectado ao projeto arquitetônico, mesclando áreas públicas e privadas, contando com setores educacionais, culturais, administrativos, de serviço, lazer e comércio.
Centro Ambiental Pedreira – Revitalização de mina de basalto
Autor:
Felipe Ariel Köhler
Orientador:
Rodrigo Barcelos Pinto
Instituição:
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, URI – Campus de Santiago
Data:
2018-2
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