ARQUITETURA ADAPTADA: COHOUSING PARA A MELHOR IDADE

Diante dos percalços que temos enfrentado no país, não podemos fechar os olhos para questões que definirão o futuro e bem-estar de toda a população. Conforme dados do IBGE, é possível ver um crescimento exponencial da população idosa no Brasil. A previsão é que esta aumente 45,8% em 10 anos, chegando a aproximadamente 38 milhões de idosos. Dentre os estados brasileiros, o Rio Grande do Sul é o que mais concentra este público. Então, frente aos dados e às necessidades já sabidas deste grupo, foi proposto um local que contempla qualidade de vida, saúde, lazer e convívio, com estilo de moradia multifuncional, sustentável e com espaços compartilhados através de um Cohousing.
Este situa-se em Caxias do Sul, município do RS que já abriga muitos idosos, além de ter fácil acesso e grande potencial econômico. Inserido no Bairro Exposição, localizado ao lado do centro, possui diversos equipamentos urbanos no seu entorno e conta com facilidade de locomoção através de transporte público. Já o terreno que o abriga está em um quarteirão muito arborizado, calmo e predominantemente residencial.
A volumetria foi pensada visando o a relação com o entorno e melhor aproveitamento do lote. Sendo assim, chega-se em uma composição dada por três edificações de diferentes alturas – e com distâncias suficientes para que haja ventilação cruzada e insolação em todos os ambientes – que são conectadas através de passarelas, estas contemplando espaços de estar – através de módulos de bancos com floreiras – pensadas com o intuito de unir os volumes assim como estes unirão as pessoas.
O programa contempla as moradias e espaços de convívios distribuídos ao longo de toda a edificação. Também conta com uma base comercial, com uma Clínica Geral e lojas, o que geram fluxo de pessoas ao local e também viabilizam financeiramente o projeto. Como resultado se tem uma implantação que se relaciona com o entorno edificado e se conecta com o verde.
Como é voltado para idosos, o projeto possui especificidades que partem desde a escolha da estrutura – que possibilita vãos sem obstáculos -, como os espaços de convívio – piscina adaptada, jardim de inverno, praças, salão de festas, salas como a de leitura, atelier, jogos, noveleiros, futebolistas, pet play e lavanderia, todos com móveis de quinas arredondadas, rodapés luminosos, botões de emergência, câmeras de monitoramento e iluminação antiofuscante; os apartamentos, que também contam com os sistemas citados; e as passarelas, que possuem pisos coloridos em cada pavimento – fazendo com que os moradores tenham melhor localização dentro do edifício -, estes nivelados e antiderrapantes, barras de acessibilidade, bancos com floreiras leves para integração e também um sistema de fechamento dado por lonas de pvc translúcidas embutidas no forro para os dias frios e de muito vento.
Desta forma, pensando nos costumes, programas e limitações que vêm com a idade, foi possível fazer um edifício adaptado, que sirva como exemplo para futuros projetos e que, principalmente, torne essa fase da vida confortável e ainda mais feliz.

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