Após um desastre natural de grande dimensão ou situações de conflitos armados é de extrema importância a relocação das pessoas afetadas em menor tempo possível, oferecendo ao desabrigado um lugar onde o mesmo encontre privacidade e segurança. Neste contexto, com o intuito de suprir a necessidade que os países têm em abrigar refugiados e garantir um ínfimo de conforto as vítimas, torna-se de fundamental importância essa temática.
O presente projeto tem como objetivo principal a concepção de um protótipo de abrigo emergencial destinado a dois grupos de refugiados: as vítimas de desastres naturais e as de conflitos armados. Para isso, há necessidade de se pensar o projeto a partir de três diretrizes: o atendimento às necessidades mínimas do ser humano, a adaptabilidade em diferentes situações e lugares e o caráter logístico do abrigo.
Os resultados obtidos permitem a aplicabilidade do protótipo habitacional de tipologia flexível em diferentes regiões climáticas do Brasil e do mundo. Com sistemas renováveis e sustentáveis, agilidade na montagem e desmontagem do abrigo, facilidade de transporte e flexibilidade para adaptações com estratégias de conforto ambiental, o estudo contemplou a análise de três diferentes climas: tropical úmido, semiárido e subtropical úmido. O motivo da escolha atribuiu-se em razão de os três climas possuírem características distintas umas das outras e abranger grande parte dos climas dos países em geral.
Além disso, o projeto foi pensando para que não contemplasse somente a habitação propriamente dita, mas sim todo o funcionamento de um acampamento em caso de implantação real, suas necessidades diárias, além de propor alternativas que melhore a qualidade de vida por meio de soluções sustentáveis. Para isso, a área de intervenção definida para a simulação do acampamento está localizada no Rio Grande do Sul, mais precisamente no município de Lajeado, que localiza-se à beira da BR-386. A localização deu-se em virtude de diversos fatores importantes, um deles é seu clima subtropical úmido, que é caracterizado pelas suas grandes amplitudes térmicas. Outro motivo da escolha da área foi pela proximidade com a região do Vale do Taquari, que sofre com frequentes problemas climáticos, como enxurradas e inundações.
Ademais, a presença da sustentabilidade no projeto tornou-se um ponto fundamental, tanto em seus materiais, como no transporte e deslocamento para outros locais e como na própria manutenção do abrigo quando este for colocado em uso, como por exemplo, o aproveitando da água da chuva, a utilização de energias renováveis para a iluminação e a energia solar como fonte de aquecimento da água. No acampamento, a reutilização do lixo orgânico para a compostagem e o reaproveitamento de materiais como pallets para áreas de convívio e lazer, entre outros.
Foi com base na análise do cenário atual mundial, referindo-se em habitações emergenciais e temporárias, que constatou-se a precariedade das moradias onde são direcionadas as vítimas. Assim sendo, espera-se com este trabalho contribuir para o conhecimento e avanço de habitações emergenciais, na qual estas possam ser projetadas previamente garantindo um abrigo de qualidade no pós-desastre.
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