A praça como lugar simbólico de uma cidade pequena – Proposta de intervenção para a praça de Cândido Godói-RS

A praça como lugar simbólico de uma cidade pequena
A praça municipal de Cândido Godói representa a riqueza social, cultural e
histórica da cidade de apenas 6.106 habitantes (população estimada em 2020,
IBGE). Esta recebe ao longo do ano usos diversificados, desde atividades
cotidianas, como, também, eventos e celebrações. Por ser a única praça existente
no município e estar situada na região central, possui significativa influência para
toda a cidade, e deve, além de prover as necessidades primárias, causar um
impacto social e cultural positivo e estimular o desenvolvimento citadino, para que,
assim, a praça se torne um ponto de referência e atraia a população, elevando
exponencialmente seu uso e relevância. Por Cândido Godói ser uma cidade
pequena, a relação entre as pessoas e o lugar é estreita e íntima, assim, a
qualidade desses espaços influencia significativamente na vida dos indivíduos e na
sua forma de ver e viver a cidade.
O projeto visa promover uma requalificação urbana, qualificando os usos,
espaço e infraestrutura da praça, com o intuito de valorizar o patrimônio existente
em sua centralidade e singularidade. Para identificar os aspectos fundamentais do
programa de necessidades, foi realizado o mapeamento de comportamento dos
usuários nos espaços públicos, com base nas metodologias de análise do arquiteto
Jan Gehl em seu livro “A Vida na Cidade: Como Estudar”, o qual abrange o estudo
de contagem, mapeamento e traçado, além de um questionário de pesquisa
aplicado à população, a fim de compreender as necessidades e problemáticas
existentes no local.
A partir das pesquisas realizadas pode-se obter o seguinte programa de
necessidades:
Espaço de eventos ao ar livre: espaço cívico, de exposições, feiras
temporárias e apresentações, com infraestrutura destinada a receber grandes
quantidades de pessoas.
Espaços de lazer ativo e de lazer contemplativo: espaços destinados a
atividades físicas e esportes, como quadras de areia (já existentes), arquibancadas
para os campeonatos de vôlei que a praça acolhe, playground, academia ao ar livre,
bem como ambientes mais tranquilos, para atividades familiares e contato com a
natureza.
Espaço para atividades efêmeras: destinado a atividades promovidas na
praça de acordo com a necessidade dos munícipes, desde yoga com idosos e até
mesmo gincanas escolares.
A composição formal se origina a partir das linhas extraídas da folha da
canafístula, uma árvore de grande porte preexistente na praça que faz parte da
memória afetiva da população. As curvas da folha são reproduzidas e criam os
caminhos e a distribuição dos espaços, como resultado, o projeto permite que a
memória da população seja projetada no local.

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