Peco de Lumo – Habitação Efêmera para Refugiados

Com o avanço do processo migratório desencadeado por conflitos éticos, morais e políticos, cada vez mais torna-se necessária a preparação dos países para o acolhimento dos refugiados. A crise humanitária é motivação recorrente em diversos continentes, a falta de sistema básico, a violência e a fome motivam tanto venezuelanos quanto haitianos e o atual conflito armado motiva os ucranianos. Três povos diferentes, mas uma mesma necessidade em comum, o abrigo. Por meio de uma revisão bibliográfica, pesquisa documental, estudos de casos e por um processo criativo, a nível de anteprojeto, o presente trabalho, em desenvolvimento, tem por intuito a criação de uma proposta arquitetônica referente a uma habitação efêmera, esta temporária, voltada ao acolhimento daqueles expulsos de seus países motivados pela migração involuntária, os refugiados. A minimização da generalidade dos abrigos é voltada a criação de uma residência única, adaptável (por meio da modulação), acessível (para portadores de necessidades especiais serem autônomos dentro da residência), e adequada (podendo ser utilizada em climas semelhantes ao sul do Brasil). Em virtude de a região escolhida para aplicação do projeto ser longe dos grandes centros dos conflitos mundiais, a criação de projetos específicos permite uma descentralização da procura de países fora das escolhidas fronteiras. Concomitante com a diminuição da superlotação de abrigos existentes, a descentralização é focada em uma região considerada pouco violenta no sentido de crises armadas, o paralelo 30, localizado a 30º abaixo da linha do Equador que divide o planeta Terra, é a limitação física da implantação do projeto, buscando atingir localidades com climas semelhantes do Rio Grande do Sul, estado brasileiro, como é o caso da Austrália. Mesmo que de forma temporária (girando em torno de poucas semanas), a residência além de ser abrigo, busca retomar a qualidade de vida, segurança e dignidade permitida pela moradia em um lar, adequando-se as necessidades das diferentes configurações familiares em sua individualidade. Assim, como a modulação utiliza-se da individualização da residência, a humanização pensa no humano em seu sentido único de principal meio para o desenvolvimento do projeto. Através da retomada de construções voltadas a necessidade própria de cada ser humano, a referida proposta envolve-se pelo seu programa de necessidades e utiliza-se de uma propriedade já desenvolvida, os módulos, crescendo e diminuindo como sua configuração.

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