SOROS: Arquitetura do Espaço Prisional Feminino como Mecanismo de Reintegração Social

SOBRE O PROJETO: A situação nas penitenciárias femininas brasileiras tem se tornado cada vez mais caótica. Ao levar em consideração os dados disponibilizados pelo SISDEPEN (Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional), a população
carcerária feminina brasileira passou a ter uma crescente desde o ano 2000, tendo seu ápice no ano de 2016, onde aumentou em aproximadamente 630%, resultando em superlotações dos presídios, onde as reclusas são expostas a situações desumanas, pois os espaços carcerários não apresentam as condições mínimas para convivência, sendo que muitas das unidades penitenciárias foram construídas para receber homens, portanto quando as mulheres detidas são enviadas para estas unidades, as mesmas não recebem assistência e infraestruturas adequadas. Como exemplo destas situações, pode-se citar os vazamentos e infiltrações de infraestruturas, falta de ventilação, proliferação de doenças, falta de itens de¬ higiene básica, e, no caso das mulheres, falta de assistência ginecológica e obstetrícia. Estes fatores acabam por dificultar a convivência dentro das unidades prisionais, resultando em rebeliões entre as detentas e dificultando a convivência dentro das unidades prisionais. Conclui-se que o sistema prisional brasileiro deve passar por adaptações para atender de forma mais efetiva à demanda do país. O presente tema provoca uma reflexão a respeito de como a sociedade e órgãos governamentais lidam de forma aversiva a esta situação, porém, deve-se levar em consideração que espaços insalubres e tratamentos desumanos intensificam o sentimento de agressividade e violência nas detentas que, algum dia, podem acabar retornando para a sociedade.
Os espaços penitenciários, sempre foram projetados com o intuito apenas de punir, não de reintegrar, aumentando cada vez mais o número de reincidência criminal. A ideia central desta proposta será a mudança dessa realidade pelo meio de uma arquitetura humanizada, com ênfase na aplicação dos conceitos da cidadania, para que seja possível uma ressocialização mais efetiva. Esse último se dará através de um processo psicológico com auxílio da formulação de espaços expressivos e funcionais, onde as reclusas passarão por fases de punição e liberdade, estimulando o desenvolvimento da consciência para que as detentas escolham não voltar para atividades ilícitas e optem pela reinserção na sociedade de forma digna. O uso da metáfora baseada no livro “A Divina Comédia” demostra todo o processo da punição divina, porém, evidenciando a esperança de chegar no “paraíso”, ou seja, buscar a redenção e evolução pessoal.

SOBRE O LOTE: O tema abordado neste trabalho consiste no projeto de um novo modelo de penitenciária feminina a ser implementado na cidade de Lajeado, no estado do Rio Grande do Sul. A cidade foi escolhida por conectar a região do Vale do Taquari com as regiões da Serra Gaúcha, Metropolitana e o Vale do Rio Pardo, possibilitando o atendimento da demanda destas áreas. O lote de 20.000m² é localizado próxima à BR 386, que é responsável por facilitar o transporte para a área central de Lajeado e também para outras cidades do estado.

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