SIMBIOSE – Centro de Economia Criativa, Cultura e Lazer
Um espaço salubre pós-pandemia, de inclusão e acessibilidade em meio à natureza, projetado para gerar economia criativa, cultura e lazer. Localizado em Porto Alegre, RS, este edifício paisagem tem como desafio ser um espaço aberto, amenizar os contrastes climáticos da orla, proporcionando áreas de proteção do sol e da chuva com sua grande marquise, gentilmente integrando a edificação à cidade e ao lago Guaíba.
A proposta, articulada com o Projeto Orla do Guaíba de Jaime Lerner, obtura uma lacuna remanescente, e compõe a fachada fluvial da orla como equipamento cultural e conclui este segmento da paisagem. O lugar constitui um patrimônio da cidade a ser reabilitado e destinado à população.
O projeto revisita as formas curvas da arquitetura moderna brasileira, especialmente a obra de Oscar Niemeyer, harmonizando com o lugar e redesenhando os espaços abertos (praia, passeio público e praças) ao modo de Burle Marx e Lina Bo Bardi. A composição planar em concreto aparente, com suas lajes, passarelas e rampas, e sua estrutura de apoios, com colunas cilíndricas, fazem analogias à natureza do lugar, além de garantir a permeabilidade das visuais do lago a nível dos pedestres. Elementos da natureza, tais como pedras (matacões) e madeiras, são reeditados, interagindo com texturas existentes na vegetação que se formou nesses anos de abandono do local.
A organização das funções foi pensada a partir de um saguão. Deste partem duas alas, organizadas linearmente de modo assimétrico. A marquise em direção à zona sul, com maior extensão, favorece a conclusão da marina outrora projetada por Paiva e Fayet. O acesso a partir da esquina é devidamente preparado na intermediação entre público e privado, a partir de uma esplanada. As alas projetadas com varandas, voltadas para a cidade e para o lago, estabelecem relações panorâmicas e fazem uso de brises, quando necessário.
O projeto paisagístico busca resolver a interface da cidade com sua a orla. Na face urbana, o passeio projetado e esplanada contemplam a cidade caminhável e as pessoas. A face do lago cria lugares de qualidade projetados em detalhe, com cenários que emocionam na relação com a água e a natureza que demanda ser preservada.
Além de enaltecer a orla e trazer a natureza para o interior do projeto, a proposta leva em consideração a necessidade da comunidade por novos locais de encontro pós-pandemia e garante usos diversos, de acordo com o movimento natural da população. Para tanto, proporciona espaços itinerantes que visam atrair pequenos negócios, talentos e artistas locais, cultivando cultura e viabilizando feiras “pop ups” que já acontecem no local, hoje sem estrutura de apoio. E como pano de fundo o Lago Guaíba, onde reflexos do sol e a paisagem guiam o espetáculo.
Esse projeto mostra como a SIMBIOSE entre os ambientes construído e natural é possível, provando que a arquitetura, com seus traços harmoniosos, é capaz de redesenhar a cidade, proporcionando perfeita conexão entre o homem e a natureza em um lugar vibrante, sustentável, vivo e feito para todos.
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