Sesc centro: Arquitetura como ação integradora

centralidade e identidade
o crescente abandono das regiões centrais das cidades provocam o esquecimento de pontos históricos, assim como a perda de identidade local.
iniciativas como a inserção de equipamentos culturais multiuso em lotes subutilizados nas grandes cidades, surge como solução pontual do problema, pois buscam reativar regiões estritamente comerciais e residenciais através de equipamentos culturais que atraiam novos públicos aos finais de semana, garantindo fluxo constante no seu entorno.
a proposta busca implementar uma política de arquitetura como ação integradora nesta nova sede do sesc, assim como acontece no estado de são paulo, reforçada por danilo miranda, diretor regional do SESC/SP:
“arquitetura para nós, (…) não é um mero suporte para realizar as coisas, criar espaços, não é isso. arquitetura é uma ação integradora do SESC, que é parte do programa. através da arquitetura você propõe ideias, discute questões, você educa, ajuda a refletir, mostra a sua intenção.”
danilo s. de miranda – diretor regional sesc sp
localização
a área de intervenção está situada em região bastante verticalizada. conta com um terreno desocupado, uma edificação de pequeno porte e um edifício garagem com cinco pavimentos. as testadas do lote voltam-se para as escadarias da av. borges de medeiros e para r. mal. floriano peixoto, no sentido oeste/leste, respectivamente.
a cidade modernista
as políticas de espraiamento urbano dos últimos anos e a especulação imobiliária, acabaram por provocar o abandono dos centros históricos das grandes cidades. um dos problemas promovidos por este afastamento da população é o de perda da identidade e vínculo com locais históricos culturais da cidade. a proposta busca com a inserção de um equipamento sociocultural, ativar esta região por meio da cultura e assistência; assim como fomentar novas ações pontuais na cidade, que visem o resgate da memória e reativem locais com potencial negligenciado.
espaço de conflito
o caráter sociocultural do projeto, visa democratizar o acesso as diversas classes sociais da cidade, resgatando a força do espaço público como lugar de mediações. o projeto desta unidade sesc, busca a implementação de uma política de arquitetura como ação integradora, assim como discutir aspectos referentes ao impacto direto de decisões projetuais de empreendimentos e suas consequências diretas no espaço público.
reuso adaptativo
a utilização da estrutura existente do edifício garagem com adaptações construtivas, surge como forma de reforçar o discurso em favor do pedestre. a alta densidade do centro, proporciona diversas atividades próximas, portanto, a ocupação do solo destinada a edifícios-garagem enfraquece o espaço público, visto o retorno em potencial que usos destinados as pessoas poderiam promover o uso da cidade.

sobreposição | aglutinação
este é o conceito que guia o desenvolvimento da experiência espacial no projeto. pois se o futuro é incerto e a contemporaneidade é nebulosa, o primeiro passo a ser dado em direção ao novo é o entendimento de onde se está. para isso, foram utilizadas referências de arquiteturas modernistas e conceitos da pós-modernidade, principalmente no que tange a arquitetura e sua relação com o subjetivo da sociedade e da distinção entre cada indivíduo e sua percepção.

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