Proposta de nova sede para o Centro de Belas Artes Osvaldo Engel em Erechim/RS

O Centro de Belas Artes Osvaldo Engel se trata de uma instituição de ensino a qual apresenta valores que vão muito além do ordinário, como a integração, a troca entre gerações e o desenvolvimento pessoal e cultural. Ter sua sede em um local tão central da cidade de Erechim só tem a agregar tudo aquilo que já se apresenta na atual edificação, como a facilidade de transporte, a infraestrutura urbana e, talvez a mais importante, a visibilidade que a instituição recebe (e merece).

O projeto tem seu zoneamento advindo de um partido arquitetônico que setoriza a instituição por usos. O objetivo é proporcionar espaços diferentes dos que se apresentam na sede atual, os quais são todos comuns. A falta de identidade e pertencimento destes espaços onde as atividades tomam forma prejudicam o seu desenvolvimento, tanto no quesito motivação quanto na qualidade que a mesma pode atingir. De tal forma, o projeto da nova sede distribui cada uma das vertentes da arte em um pavimento diferente. No pavimento térreo se organizam as funções administrativas e espaços destinados aos funcionários e professores; no segundo pavimento se apresenta o espaço da música, com salas específicas para cada tipo de prática, seja ela individual ou em grupo; no terceiro pavimento as salas das artes cênicas, com dimensões que variam conforme a necessidade; no quarto pavimento as salas da dança, com espaços que podem ser adaptados conforme a necessidade / número de praticantes, com dois tipos diferentes de piso para melhor suprir as demandas específicas de cada tipologia de dança; e no quinto pavimento se organizam as artes visuais, com partido geral de ser um grande ateliê aberto, que contribuísse para a troca de conhecimentos entre as demais atividades ali desenvolvidas, com mobiliários adequados para todos os tipos de aulas. Por mais que o projeto seja configurado de uma maneira que ‘seccione’ as vertentes da arte, todos os pavimentos dispõem de pequenas áreas de convivência e permanência que podem ser utilizadas pelos estudantes e professores, os quais unificam a escola por meio destes espaços.

O projeto se configura a partir de uma malha alternada de 5×5 e 2,5×2,5, com uma mesoestrutura de pilares e vigas em aço, treliças planas em aço e um núcleo em concreto armado, o qual serve como um travamento de todas as estruturas do edifício, visto sua posição central.

O conjunto arquitetônico se resume a dois fechamentos super destoantes, um leve (policarbonato) e um pesado (brises amadeirados), criando contraste entre os pavimentos e um ar de grandiosidade (visto a disposição e os balanços), de surpresa (pelo fato de o fechamento mais pesado se localizar justamente nos pontos de maior flexão estrutural (balanço) e o fechamento leve onde deveriam estar os alicerces mais robustos da edificação) e de algo diferenciado, de identidade, algo único, assim como é a arte.

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