DESTAQUE PRÊMIO IAB RS 2017
Paisagem Multifuncional em Campinas, Plano de Infraestrutura Verde-Azul, situa-se em Campinas, uma metrópole do interior de São Paulo. Apesar de populosa, é uma cidade com média-baixa densidade e sua paisagem urbana é composta, em grande parte, por bairros e/ou zonas que apresentam usos específicos e homogêneos – o que contribui para baixa vitalidade urbana. A cidade também é uma das metrópoles brasileiras em que os habitantes mais utilizam o transporte individual, onde quase metade das viagens diárias são feitas por carros privados, assim suas avenidas e vias expressas são intensas e tornam-se um grande limite para escala humana.
Já em termos ambientais, os principais problemas da cidade decorrem com os córregos, onde a baixa permeabilidade do solo nas áreas urbanas e o grande volume de chuvas no verão contribuem para fortes enxurradas com desastres urbanos, além de problemas de assoreamentos nos leitos hídricos. Outro problema provém da concentração de áreas verdes sociais em áreas específicas e segregadas, havendo uma distribuição não equitativa pelo território.
O objetivo, portanto, foi de buscar formas que possibilitem o aumento da vitalidade urbana e a escala humana, a capacidade de conexão e dispersão do território para pedestres, ciclistas e transporte público e a redução de impactos ambientais, através de infraestruturas existentes que pudessem compor uma rede de corredores verdes e eixos urbanos integrados. Esta rede comporia uma Paisagem Multifuncional: a junção de vitalidade urbana, escala humana e infraestrutura verde-azul, com soluções de impactos urbanos, sociais e ambientais.
A partir do cenário observado, foram estabelecidas escalas de trabalho para formulação de um Plano de Infraestrutura Verde-Azul. A partir da escala municipal-metropolitano – definido como macroescala -, foram feitas análises territoriais que resultaram na formação de um recorte, denominado mesoescala de intervenção, onde um estudo mais aprimorado de infraestruturas existentes (ferrovias, avenidas e eixos hídricos) e eixos urbanos (ruas coletoras e avenidas) puderam ser demarcados como Corredores Verdes e Eixos Integrados. Os Corredores Verdes são as estruturas lineares com maior capacidade espacial para aplicação das técnicas de infraestrutura verde-azul e os Eixos Integrados são vias urbanas existentes que, integrados aos corredores e através de requalificações dentro dos conceitos abordados, compõem a rede de conexão. Por fim, uma microescala de intervenção, onde é abordado qual possibilidade tipológica pode ocorrer em um pequeno trecho de uma infraestrutura existente.
Com o Plano elaborado, não são alcançados apenas os conceitos para formação do que se definiu como Paisagem Multifuncional, mas também outros fatores como uma equidade nas distribuição de áreas verdes sociais através das estruturas lineares (e ampliação destas), o fortalecimento de estruturas ecológicas dentro da área urbanas através da regeneração de eixos hídricos e aproximação das pessoas com estas estruturas, uma maior valoração de paisagens culturais através da conexão de bens e patrimônios e regeneração de eixos históricos como das ferrovias (estímulo cultural e turístico), e da formação de novas centralidades lineares que possam estimular um uso mais diversificados das unidades urbanas.
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