MAI Centro para Refugiados e Imigrantes
O número de refugiados e imigrantes cresce rapidamente, com mais de 100 milhões de pessoas deslocadas em 2022, segundo o ACNUR. No Brasil, os estados do Norte, como Roraima, enfrentam limites de infraestrutura para continuar recebendo tantas pessoas. Para lidar com isso, o Governo Federal implementou a Estratégia de Interiorização, transferindo migrantes para regiões como o Sul.
No entanto, cidades do Sul ainda carecem de estrutura adequada para integrar essas populações, dificultando o acesso à moradia, trabalho e serviços básicos. O tema ganhou relevância após as enchentes no Rio Grande do Sul, que destacaram a vulnerabilidade de deslocados, inclusive os refugiados climáticos, reforçando a urgência de políticas inclusivas e infraestrutura sustentável para acolhimento e integração.
Localizado no bairro Navegantes, o projeto situa-se no coração do IV Distrito de Porto Alegre, uma área prioritária para o desenvolvimento urbano da cidade. Localizado em um terreno de entorno de 3.500 m², ocupando todo o canto de quadra.
O MAI tem como propósito ampliar a capacidade de atendimento em diversas áreas de intervenção, abrangendo acolhimento e proteção, atenção psicossocial, assessoria jurídica, incidência política e integração socioeconômica e comunitária. Para alcançar esse objetivo, o projeto foi estruturado com base em três pilares fundamentais, que também dão nome ao empreendimento: Morar, Aproximar e Inserir.
Morar: Este pilar prioriza a oferta de uma moradia digna e acolhedora. A proposta é garantir habitações adequadas para diversos perfis de pessoas e famílias.
Aproximar: Este ponto visa facilitar a integração cultural dos moradores ao contexto em que estão inseridos, promovendo a troca de experiências, o entendimento intercultural e o sentimento de pertencimento à nova sociedade.
Inserir: O terceiro pilar concentra-se na inclusão social e no estímulo à independência dos moradores. O espaço é projetado com recursos para apoiar os usuários no desenvolvimento de suas trajetórias de autonomia.
A arquitetura do projeto adota estratégias volumétricas simples, porém coerentes, para proporcionar uma construção funcional e inteligente. A ideia central é criar um espaço que se harmonize com o entorno urbano, enquanto promove uma conexão significativa entre os moradores e a comunidade local.
A volumetria do projeto, organizada em duas barras horizontais destinadas aos setores Morar e Inserir, conecta-se ao volume térreo recuado do setor Aproximar, formando um pátio interno central que estrutura o fluxo do espaço. A composição arquitetônica é complementada pela escolha criteriosa de materiais, de forma a prevenir custos e manter uma arquitetura inteligente.
A barra nordeste, elevada para acomodar os dormitórios, cria a sensação de flutuar, enquanto o térreo abriga equipamentos comunitários e a creche, separada por uma parede curva de garrafas de vidro que permite entrada de luz natural e delimita os espaços. Paredes de tijolos aparentes com subtrações ventilam e iluminam naturalmente, enquanto elementos como varandas íntimas e aberturas estratégicas integram os ambientes ao entorno. As soluções arquitetônicas unem sustentabilidade, funcionalidade e estética, criando um espaço coeso e confortável.
A elaboração do MAI considerou aspectos técnicos locais, bem como fatores culturais e, sobretudo, elementos arquitetônicos.
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