O projeto propõe a Macroestruturação urbana, com ênfase à Avenida Expedicionário e à ERS 404 da cidade de Sarandi/RS. O município localiza-se ao norte do Rio Grande do Sul, distante 326 km da capital, Porto Alegre e apresenta um crescimento acelerado em função de sua localização em um entroncamento viário, em que são feitas todas as conexões importantes para a cidade, pois são através delas que são favorecidas as rotas de transporte de produtos essenciais para a economia local. Diante da facilidade de acesso ao município, motiva o interesse de implantação de empresas que são fundamentais para o crescimento urbano.
Assim, o projeto foi dividido em duas áreas de análise e intervenção, a Avenida Expedicionário, a qual é a principal rota do município e faz ligação direta entre a ERS 404 e a BR 386. A outra área é um trecho da ERS 404, que divide a cidade. A avenida, por ser o centro da cidade, contém diversos usos, falta de infraestrutura, mobilidade urbana e insegurança, principalmente à noite, além disso, há a predominância da cultura do veículo automotor. O trecho da ERS 404, divide o centro da cidade, com bairros populosos, o que acaba gerando conflitos entre pedestres e veículos, em função dos acessos, e um fator agravante, é a presença de duas escolas próximas ao trecho, ocasionando travessia de crianças na rodovia.
Dessa forma, o planejamento urbano apresenta-se essencial para ordenar o crescimento da cidade e evitar problemas. Diante disso, e das definições abordadas por Jan Gehl que defende a vivacidade das cidades e por Jane Jacobs que salienta a necessidade dos olhos para as ruas, o conceito do projeto está relacionado inteiramente com a vitalidade urbana e com diretrizes sustentáveis, isso transforma a cidade em acolhedora, acessível e consciente com o meio ambiente, como também incentiva o desenvolvimento social, econômico e tecnológico local.
O objetivo do projeto esteve pautado em criar alternativas, através do desenho urbano, com aplicação de conceitos contemporâneos como, Placemaking, Traffic calming e Smart Cities, além de buscar atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Para isso, foram feitos estudos bibliográficos, in loco e uma pesquisa quantitativa, com o intuito de entender as demandas da população e aplicar métodos eficazes e utilizáveis por todos.
O partido do projeto primeiramente é criar acessos acessíveis, sem anteparos ou limitações, conforme exigido pela NBR 9050/2020. A segurança foi fortalecida através de vídeo monitoramento e sensores de violência, que inibem esse tipo de ocorrência, a obrigatoriedade de fachadas ativas e da diversificação de usos durante todo o dia, favorecem que a cidade seja movimentada e consequentemente segura. A arborização é de extrema importância e foi inserida nas calçadas e canteiros para reduzir as ilhas de calor. A sustentabilidade foi inserida através de ciclovia, iluminação de LED, além de incentivar os usuários, por meio de métodos inovadores e alternativos, a utilizarem o espaço urbano de forma integradora e dinâmica.