INVISÍVEIS: Perspectivas sobre apropriação, democratização e desigualdades de gênero no espaço público da periferia de Pelotas/RS

Diante da atual situação política em nosso país, e dos diversos retrocessos que essa situação tem ocasionado, assim como a luta diária que vem prolongando-se a anos feita pelos grupos sociais mais vulneráveis por um lugar de visibilidade, principalmente a população negra e a população feminina, torna-se de extrema importância ampliar a discussão sobre a democratização dos espaços da cidade, principalmente aqueles de caráter público.
A partir das narrativas de resistência no espaço público, inseridas dentro da lógica capitalista e patriarcal no qual se desenvolve nossa sociedade, e buscando analisar como se dá a inserção destes espaços nas dinâmicas das relações sociais surgem alguns questionamentos: “A produção do espaço público é imparcial?”, “Para quem a cidade está sendo produzida?”, “Quem domina o espaço público?”.
Sendo assim este trabalho tem como foco o planejamento urbano e consiste no desenvolvimento de uma proposta de diretrizes gerais para o planejamento dos espaços públicos localizados em áreas periféricas de baixa renda na cidade de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul, local de desenvolvimento do trabalho.
As diretrizes são construídas a partir da observação local das relações socioculturais da população com o seu território. São levados em consideração os padrões morfológicos existentes nos locais estudados e as dinâmicas de utilização dos espaços pela população levando em conta sua faixa etária e gênero.
A escala do projeto é apresentada partindo da escala municipal, mais global e abrangente, delimitada assim pelo perímetro urbano, até uma escala mais local através de zonas, que foram definidas a partir da análise dos dados dos setores censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dentro deste perímetro.
Ao todo foram produzidas informações sobre um conjunto de 11 zonas, que agrupam vários setores, tendo os dados e os levantamentos de cada uma espacializados dentro de um sistema de informação geográfica (SIG), permitindo dessa maneira visualizar, editar e analisar as informações georreferenciadas para elaborar todo o material do projeto.
O objetivo desse material além das diretrizes é (re)pensar as dinâmicas que ocorrem em uma cidade de médio porte como é o município de estudo, trazendo assim um olhar crítico sobre o papel do arquiteto e urbanista como planejador dos espaços.

Deixe seu comentário