Ferrovia como elemento conector: proposta de parque urbano em Carazinho-RS

O presente Trabalho Final de Graduação tem como objetivo promover a valorização dos espaços públicos adjacentes à ferrovia na cidade de Carazinho-RS por meio de um anteprojeto de parque urbano na área de orla ferroviária urbana. A ideia de parque surgiu a partir da premissa de criar espaços públicos qualificados, dando uso a um espaço livre importante nas configurações urbanas e que após a desativação da ferrovia está sem uso. No trabalho, analisou-se a orla ferroviária a entendendo como um espaço livre, integrado às dinâmicas urbanas e importante nas relações espaciais do entorno. Como premissas, tem-se o elemento da ferrovia como uma costura no centro urbano, a fim de formar um sistema de espaços livres coesos, e com espaços públicos de qualidade. Na escala meso, foram definidos três recortes. O recorte reconectar possui como objetivo principal propor a reestruturação de um espaço importante nas configurações urbanas e em consolidação, propondo uma escala aproximada ao pedestre. O equipamento locado no recorte é um Centro educacional/esportivo. O recorte requalificar tem como foco requalificar os espaços livres e verdes mais distantes do centro, trazendo novas vivências ao espaço. O equipamento locado nesse recorte é um centro comunitário, implantado em um edifício caracterizado como patrimônio industrial. Já o recorte resgatar tem como objetivo principal retomar a memória coletiva, aproximando as pessoas do espaço da ferrovia e trazendo o reconhecimento da história a partir de espaços livres. Por se localizar em uma área central, é um espaço importante nas dinâmicas urbanas. A proposição foi norteada por algumas diretrizes principais, que são: conectar as edificações existentes com a área do entorno e parque, melhorando seus acessos, protegendo o patrimônio edificado e dando novo usos; criar mobiliários versáteis; trazer espaços integrados, com a garantia de rotas acessíveis em todo o parque; manter relação com a escala humana; e elaborar espaços de livre apropriação, a partir de espaços gramados e vegetados, além de mobiliários dinâmico. Além disso, foi elencado um recorte de aproximação. Nesse recorte, a proposta cria espaços verdes e arborizados, com diversos caminhos. O recorte possibilita diversas conexões, se ligando com todo o entorno. Ao longo do trecho, buscou-se a variação das ambiências, através da variação na vegetação e mobiliários, criação de pórticos e coberturas, trazendo dinamicidade ao espaço. Além disso, o projeto valoriza o caminho/espaço linear da ferrovia, trazendo o encontro de elementos antigos e de memória com o contemporâneo, através de uma nova leitura do espaço. Existe a valorização e destaque da memória através de fragmentos que testemunham a passagem do trem no espaço e rememoram no espaço um fato importante para o desenvolvimento da cidade de Carazinho. Ao realizar o trajeto do parque, o pedestre encontra espaços verdes, arborização, espaços de estar e lazer, além de elementos marcantes de memória, o que reforça a ideia de visualizar o tempo passado através da perspectiva do presente, visualizando o trajeto que antes era visto das janelas do trem.

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