O projeto propõe a requalificação de um conjunto de edifícios abandonados da antiga Fábrica Antarctica, localizado no bairro da Mooca, em São Paulo/SP. A proposta visa resgatar a identidade dos moradores e preservar o caráter histórico do local, por meio da criação de um programa que promove o senso de comunidade sustentável e fomenta a transformação. Esta abordagem promove a discussão de sua aplicação para outros parques construídos com características similares de abandono e do processo de substituição por novos edifícios a que as cidades brasileiras estão submetidas.
O bairro da Mooca é conhecido por seu rico patrimônio industrial, caracterizado por paisagens compostas imponentes edifícios fabris que marcaram o desenvolvimento da região e da cidade no início do século XX. Além disso, as residências no estilo sobrado eram uma característica marcante do período. Contudo, desde a década de 1960, o bairro enfrenta o esvaziamento populacional, impulsionado pelo abandono das grandes estruturas industriais e pela crescente verticalização das moradias. Esse processo resultou em um problema associado ao individualismo típico dos grandes centros urbanos.
Para resgatar o sentimento de pertencimento dos moradores, é essencial promover a identificação da população com a história local. Assim, torna-se indispensável valorizar o patrimônio arquitetônico e industrial, para a incorporação do indivíduo em seu meio. Em São Paulo, o conjunto de edifícios desativados da antiga Fábrica Antarctica apresenta elementos característicos da história do bairro, oferecendo um cenário ideal para essa reconexão.
O projeto tem como objetivo principal fomentar o desenvolvimento social e urbano, garantindo o direito à moradia para a comunidade local e de outros habitantes da cidade. Propõe-se a criação de um espaço público integrado, que conecte os usuários entre si e com a memória histórica do bairro. A intervenção será realizada nos edifícios situados próximos à chaminé pré-existente, numa área de aproximadamente 12 mil metros quadrados, por meio do reuso adaptativo dos edifícios tombados.
O programa busca valorizar as pré-existências arquitetônicas e se organiza em três níveis de uso: público, com áreas externas e hortas comunitárias; semipúblico, pelos ambientes de coworking e fablabs; privado: habitações no modelo coliving. Essa proposta facilita a interação entre os usuários, aproveitando a proximidade da estação de trem da região, e oferece acesso a moradias com características de espaços compartilhados. Tal configuração contribui para a segurança, a inclusão e o fortalecimento do senso de pertencimento comunitário.
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