Esporo | Centro de Pesquisa, Estudo e Vivência dos cogumelos do Rio Grande do Sul

Esporo
O Esporo é um Centro de Pesquisa, Estudo e Vivência dos Cogumelos do Rio Grande do Sul localizado na zona rural da cidade de Gramado no Rio Grande do Sul. O bairro de inserção do projeto é chamado de Linha Nova e corresponde ao local onde a cidade nasceu em 1904. A propriedade possui 44,9 hectares, nomeada Colônia Rancho das Tábuas, e encontra-se sob regime agroflorestal. Dessa forma, a Secretaria do Meio Ambiente autoriza a utilização de 9 hectares do solo.
Este local foi escolhido justamente por atender alguns critérios. Primeiramente, apresenta segurança para o cultivo de cogumelos, afastado de centros urbanos onde haja poluição. Posteriormente escolheu-se a serra Gaúcha, mais precisamente Gramado pois a população já apesenta o hábito implementado de caçar cogumelos, onde grupos autônomos se reúnem para aprender em sala de aula, praticar a caçada guiada, realizar oficinas gastronômicas, e principalmente: sanar a busca por informação. Atualmente estas atividades ocorrem em espaços alugados, visto que não existe um empreendimento que disponibilize espaços adequados para esse fim. Além disso, já existe uma rota turística consolidada neste local, chamada Linha Bonita e que está em constante desenvolvimento, visto que especialistas apontam um crescimento exponencial em todo o Brasil na preferência dos turistas pelo ecoturismo, e o Esporo pretende inserir-se neste nicho de mercado.
Este tema abordado pelo Esporo enfrenta diversas problemáticas na atualidade, como o obscurantismo com que o Estado trata do assunto, a mazela de ser um alimento invisível em um país que enfrenta insegurança alimentar e o medo que é difundido sobre este tema justamente pela falta de conhecimento da população. Dessa forma, não possuímos o hábito de ingeri-lo na nossa dieta regular. A cultura imigrantista italiana e alemã enraizou este hábito no nosso estado, mas como não valorizamos a nossa história, ele é paulatinamente desvitalizado.
Tendo em vista este cenário, surge o Esporo. Um empreendimento que oferece uma experiência completa sobre os cogumelos do Rio Grande do Sul, onde 3 núcleos de conhecimento se unem para ressocializá-los às suas funções potenciais e enfrentar a invisibilidade que os acomete, sanando uma demanda atual da população do estado por meio de um projeto que promova harmonia entre a construção humana e a natureza e desenvolva um senso de lugar e de significado. Tem como propósito ser esporo de informação e de ciência, de incentivo a comestibilidade, de turismo genuíno e ser esporo de uma arquitetura que reconhece a cultura e a história de um lugar.
O lugar revelou as materialidades exploradas no projeto: a madeira e a pedra basáltica. Estruturas em aço e concreto armado foram utilizadas apenas onde fez-se necessário, conferindo assim, uma estrutura mista. O partido arquitetônico organiza-se em 3 núcleos: o de Pesquisa, o de Estudo e o de Vivência, funcionando cada qual de forma autônoma e juntos conformam a experiência completa almejada no assunto. A organização espacial do projeto resulta em uma planta baixa cruciforme, revelando, dessa forma, o envolvimento por uma causa comum.

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