Os desafios da arquitetura para o futuro estão intimamente ligados à sustentabilidade e à necessidade de adaptação às mudanças climáticas. Com a previsão de esgotamento das matérias-primas essenciais para a construção, como areia e aço, até 2050, e a construção civil sendo responsável por 38% das emissões globais de CO2 e 36% do consumo de energia mundial, é urgente repensar a forma como projetamos e construímos. As emissões resultantes das operações das edificações representam 75% desse impacto, conforme dados de 2020 do Global Status Report for Buildings and Construction. Num cenário global de gestão ambiental e crescente pressão por acordos climáticos mais eficazes, o IPCC (2023) alertou sobre as consequências devastadoras das emissões de gases de efeito estufa, como a destruição de lares e a perda de meios de subsistência. Dentre as soluções propostas, metade está diretamente relacionada ao design das cidades, com foco em energias limpas, descarbonização das industrias e aumento do transporte ativo.
A nossa responsabilidade como arquitetos é adotar práticas sustentáveis que reduzam as emissões até 2030 e atinjam a neutralidade de carbono no setor. Apesar da existência de tecnologias e materiais ecológicos, barreiras como desconhecimento, custos elevados e resistência à mudança ainda dificultam sua ampla implementação. Soluções como o uso de materiais sustentáveis e estratégias passivas de conforto térmico podem transformar a construção civil, tornando as cidades mais resilientes e eficientes. O objetivo deste trabalho é desenvolver um projeto de edificação multifuncional que esteja alinhado com as diretrizes sustentáveis do futuro. Utilizando a madeira como principal estrutura da construção. A proposta visa integrar as pessoas ao meio ambiente e à cidade, promovendo moradia de qualidade, espaços para negócios e lazer. O local escolhido para o projeto é em Canoas/RS, na Av. Inconfidência, uma zona comercial em crescimento, com lotes vazios e subutilizados. Essa área é um exemplo deles. Central, próxima a modais de transporte, e com boa infraestrutura urbana, a região não é aproveitada de forma eficaz, gerando especulação imobiliária. A ocupação deste espaço visa aumentar a oferta de moradia e atrair novos usos para a área. O diagnóstico revelou forças como boa luminosidade e acessibilidade, e desafios como poluição sonora e insegurança. O projeto responde a esses desafios com estratégias como preservação da paisagem existente, uso de madeira como principal material estrutural e instalação de painéis solares para geração de energia limpa. Além disso, a torre residencial será posicionada estrategicamente para reduzir os ruídos urbanos, enquanto a ventilação e iluminação naturais nos ambientes maximizam o conforto e a eficiência. O programa inclui uma base com térreo ativo e salas comerciais, como lojas e restaurantes, além de coworking. Nos andares superiores, haverá apartamentos residenciais e uma área condominial com espaços de lazer, área gourmet e horta coletiva. A sustentabilidade do projeto também envolve promover a vitalidade urbana, com comércio ativo e espaços públicos que melhoram a qualidade de vida. A verticalização é uma solução para o crescimento populacional, otimizando recursos e tornando as cidades mais sustentáveis no futuro.
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