Caxias do Sul, assim como outras cidades centradas na economia industrial, experimentou significativas transformações territoriais, destacando-se a desativação frequente ou realocação de complexos fabris, independentemente de seu porte, especialmente aqueles situados em áreas centrais. Tal fenômeno resultou na formação de vazios urbanos, anteriormente dinâmicos devido à localização, função ou contexto, que agora se tornaram terrenos ou edificações subutilizados, sujeitos às demandas do mercado imobiliário. Urgente intervenção e ocupação desses espaços ociosos são necessárias para que desempenhem funções sociais na cidade, redefinindo sua existência. No processo de revitalização desses locais negligenciados, é crucial compreender seu entorno e adotar ações que promovam a apropriação cultural, residencial e comercial, visando estabelecer uma nova sociabilidade baseada no reconhecimento da diversidade urbana. Isso implica na criação de uma rede de núcleos urbanos compactos, densos e multifuncionais, onde os indivíduos possam realizar atividades cotidianas como moradia, trabalho e interação social, enriquecendo esses espaços com experiências culturais e de lazer. Além disso, a adaptação à evolução constante da sociedade contemporânea, marcada pela emergência da economia compartilhada, é essencial. Esse novo modelo econômico influencia a vida na cidade e o espaço urbano, proporcionando potencial para gerar novas formas de organização, competição e aprimoramento de modelos preexistentes . O projeto se baseia no conceito de integração e conectividade, sendo conceitos fundamentais na ocupação desses espaços, tendo em vista sua função como elemento estruturador e gerador de vitalidade urbana. Dessa forma, foi possível elaborar uma proposta de intervenção no entorno próximo, permitindo a conexão do equipamento proposto com o público da área, atraindo um fluxo de pessoas e integrando-o com as diferentes partes da vizinhança.