CENTRO DE INTEGRAÇÃO ONCOLÓGICO
O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo, afetando um a cada seis óbitos, com predominância no Brasil, especialmente no Sul. O aumento de casos está ligado a fatores ambientais e ao estilo de vida moderno, como alimentação industrializada, sedentarismo, obesidade e consumo de substâncias nocivas. O diagnóstico e tratamento oncológico causam grandes mudanças na vida dos pacientes e familiares, trazendo medo, incertezas e desgaste emocional. Entretanto, estudos mostram que mudanças no estilo de vida podem desempenhar um papel crucial na redução e controle de diversos tipos de câncer, o que reforça a importância de ambientes que promovam não apenas o tratamento físico, mas também o apoio psicológico, nutricional e social.
É nesse contexto que surge a proposta de um Centro de Integração, cujo objetivo é acolher pacientes em tratamento oncológico e seus familiares, proporcionando um espaço humanizado que favoreça a mudança de hábitos e o bem-estar durante esse difícil processo. A ideia central do projeto é oferecer um ambiente que seja mais do que um local de espera: um refúgio acolhedor e terapêutico, onde os pacientes possam se sentir seguros e apoiados enquanto aguardam seus atendimentos médicos. A humanização dos espaços, com atenção especial à nutrição, à vida ativa e ao apoio psicológico, é fundamental para tornar esse período menos angustiante.
Atualmente, pacientes que vêm de cidades vizinhas para o tratamento em São Leopoldo enfrentam uma realidade desconfortável. Chegam cedo, por volta das 6h da manhã, e precisam esperar até as 8h para iniciar o atendimento. Além disso, muitos desses pacientes dependem do transporte público e precisam esperar até o final da tarde para retornar, o que intensifica o desconforto e a sensação de desesperança. Outro desafio importante é a situação dos acompanhantes, que não têm acesso aos mesmos direitos de alimentação que os pacientes e frequentemente enfrentam longos períodos de espera em ambientes inadequados.
O projeto também considera o papel crucial da vegetação no processo de recuperação e bem-estar. A proposta de incorporar espécies caducifólias no espaço busca ressignificar o conceito de tempo, substituindo a ideia de prazo rígido do diagnóstico pela percepção de ciclos naturais e evolução. As etapas de transformação das plantas, desde a queda das folhas até o surgimento de novas, são uma metáfora poderosa para o processo de cura e regeneração do paciente oncológico.
A cidade de São Leopoldo, além de abrigar o Centro de Câncer Centenário, se torna um ponto de convergência para pacientes de todo o estado. O crescimento da região, impulsionado pelo Tecnosinos e pela expansão de serviços de saúde, torna ainda mais urgente a criação de espaços adequados para acolher essa demanda crescente. O projeto também considera os desafios urbanísticos da área, propondo um equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a preservação de áreas verdes, criando um ambiente de respiro urbano para a cidade.