Centro de empoderamento social: do edifício ao território

O trabalho analisa e investiga a função de áreas comunitárias e espaços públicos como provedores de qualidade de vida, por meio do empoderamento, confiança e autovalorização da comunidade. A problemática surge pelo fato de que os lugares públicos destinados às experiências sociais estão cada vez mais ausentes nas cidades, não cumprindo sua função social, de ser agente transformadores de realidades, principalmente em um contexto de comunidade vulnerável. O trabalho em questão consiste no desenvolvimento de uma proposta de centro de empoderamento social, localizado na R. Coronel Gervásio, esquina com a R. Pedro J. Sitta, situado no bairro Treze de Maio, na cidade de Tapejara.
A proposta projetual tem como objetivo a apropriação do usuário desde a concepção do edifício, além de ter como diretriz uma arquitetura que não se sobressaia em relação ao entorno, já que, o propósito é empoderar as pessoas e não que seja uma arquitetura poderosa.
O bairro escolhido é carente de instituições comunitárias e espaços públicos de qualidade que sejam realmente apropriados pela população. Dessa forma, o bairro não encoraja a comunidade e não promove o senso comunitário e de pertencimento, assim, a proposta apoia-se em reivindicar à paisagem restabelecendo relação com o entorno por meio da inserção de uma nova estrutura – o centro de empoderamento social, que permitirá condições para ascensão comunitária, promovendo arte, conhecimento, cultura e trabalho. No aspecto urbanístico, um novo plano organizacional e readequação da condição pré-existente, promovendo assim, novos cenários e maneiras da comunidade se comunicar com o bairro.
Na cidade de Tapejara, existem três áreas consideradas com maior incidência de população em vulnerabilidade social (Prefeitura Municipal, 2019), sendo duas delas situadas no bairro Treze de Maio.
No bairro de intervenção se encontram 1.153 pessoas, contabilizados pelo Censo de 2010, e a renda média é de R$415,71 (IBGE,2010). Dessa forma, o projeto pretende atender a população de baixa renda que vive nesse bairro, jovens e adultos, oportunizando espaços de ensino, de cultura, profissionalizantes, além de, lugares para encontro e troca de experiência para toda população.
A problemática surge pelo fato do bairro escolhido ser desprovido de espaços de qualidade que possibilitem a interação social e troca de experiências, além de que, moradores do bairro se sentem desvalorizados por residirem em uma área que traz um certo estigma social, e que muitas vezes se vê sem oportunidades e com seu direito à cidadania negado.
Levando em consideração a pouca oferta de locais públicos, o desenvolvimento deste projeto, prevê cenários urbanos integradores, e promove o uso de um vazio urbano no principal acesso ao bairro, trazendo assim, visibilidade, voz e liderança comunitária.
A ideia central é empoderar, ou seja, proporcionar maior realização pessoal, além de reforçar a autoestima e valorização pessoal e do bairro por meio da arquitetura, trazendo maior desenvolvimento econômico, maior integração com o meio, conexão e troca de experiências, promovendo a cidadania.

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