BRIO – Centro Integrado de Atendimento e Acolhimento à Mulher

BRIO – Centro Integrado de Atendimento e Acolhimento à Mulher
Em 2018, o Ministério Público do Rio Grande do Sul divulgou que 168 mulheres eram agredidas por dia no Estado e, com a pandemia de COVID-19, em 2020, o índice aumentou 24,4%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já a cidade de Lajeado registrou em 2020, segundo a Secretaria de Segurança Pública, 180 casos de ameaças, 76 lesões corporais, 5 estupros e 2 tentativas de feminicídio. Colocando Lajeado como a cidade mais perigosa para as mulheres do Vale do Taquari, evidenciando a urgência por equipamentos que as defendam e apoiem.
Propôs-se um Centro Integrado no Bairro Centro de Lajeado, com objetivo de atender, acolher e proteger mulheres em situação de violência, promovendo condições emocionais, físicas e de reestruturação da vida da mulher. Considerando também que Lajeado responde por cinco municípios do Vale do Taquari.
A localização foi determinante para que pudesse atender a todos os bairros do entorno, com acesso facilitado, uma vez que, qualquer dificuldade a afasta do enfrentamento à violência. Entretanto, o acesso não deveria estar em um local de grande fluxo, assim a mulher não se sentiria exposta. A escolha do lote foi influenciada pela localização próxima a equipamentos importantes que complementam o Centro, e pela proximidade aos eixos de transporte público, supondo-se que este seja o principal meio de transporte destas mulheres.
O programa de necessidades propõe que a vítima possa buscar os serviços multidisciplinares de defesa e apoio em um único local formando um ciclo de enfrentamento, evitando o que os profissionais chamam de ‘revitimização’, visto que, o que encontramos em Lajeado, é a oferta destes serviços, localizados de forma pulverizada pela cidade, dificultando o processo de denúncia.
As mulheres serão recepcionadas no Setor Psicossocial, onde ocorre o entendimento da situação que a vítima se encontra, auxiliando-a superar a violência, através do resgate da autonomia e do amor-próprio. Após, as mulheres são incentivadas a seguir ao Setor Jurídico, sendo disponibilizados defensores públicos e a delegacia da mulher.
O Setor de Abrigamento é constituído por dormitórios individuais, para família e coletivos. Equipado com cozinha e estar de uso coletivo, para que não se sintam isoladas, mas sim úteis, cuidando do espaço comum e trazendo a memória afetiva de um lar. Também possui espaço ecumênico pois, o processo anterior ao abrigamento é sofrido, portanto, oferecer espaços para a oração, reflexão e silêncio é importante. Da mesma forma, permitir o contato com a natureza (área verde, horta e playground) é essencial e auxilia na manifestação de pensamentos positivos.
No Setor de Mercado de Trabalho, busca-se atender mulheres que desejam desenvolver sua autonomia financeira, visando renda extra e incentivando o empreendedorismo, através de cursos e oficinas gratuitas, visto que, investir na independência financeira das vítimas significa um grito de liberdade. Por fim, há o Setor Administrativo e Setor de Serviços do Centro.
BRIO foi criado para ser modelo de coragem, dignidade, valor e amor-próprio, porque nada é mais forte do que uma mulher que se reconstruiu!

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