A agroecologia como mediadora do espaço público em Pato Branco/PR

O trabalho A agroecologia como mediadora do espaço público em Pato Branco/PR é o resultado de um Trabalho Final de Graduação (TFG) composto por pesquisa teórica, levantamento de dados, tratamento de informações em SIG, visitas a campo e proposições em diferentes escalas de maneira integrada, que direcionaram a uma resposta projetual de planejamento da paisagem e de desenho urbano, em escala mais aproximada, para alguns dos espaços propostos.

A motivação para a proposta surge da necessidade de pensar a cidade contemporânea de maneira integrada e sistêmica, não apenas enquanto espaço físico, mas como um território que deve cumprir sua função social e ambiental, promovendo o direito à cidade, o bem-estar da população e a preservação de recursos naturais. Busca-se ainda contribuir para a resolução de problemas urbanos identificados no local, como a degradação das paisagens e do ambiente natural, as inundações e enchentes, e a desigualdade social e a insegurança alimentar.

A reflexão teórica se estruturou a partir da articulação entre diferentes conceitos como a agroecologia, o planejamento urbano sustentável, a economia circular solidária e a segurança alimentar. Além disso, foram abordados os conceitos de Sistemas de Espaços Livres (SELs) e de Unidades de Paisagem (UPs), enquanto elementos espaciais e biofísicos, que compõem as paisagens urbanas, mas também como métodos de leitura, análise e qualificação do território.

A abordagem metodológica adotada se baseia no diagnóstico e na categorização do espaço urbano do município, visando a delimitação de Unidades de Paisagem. Na sequência, analisa-se a composição do Sistema de Espaços Livres, procurando identificar como estes espaços poderiam ser planejados e integrados, de modo a contribuir para melhoria e conexão dos diferentes locais e equipamentos distribuídos, de maneira desigual, ao longo do tecido urbano. Além disso, para qualificar os espaços já existentes e conectar a comunidade local com a proposta, recorreu-se à agroecologia como elemento estruturador, tendo em vista a identificação da conexão da população com o território por meio do plantio de alimentos.

Assim, com base no cruzamento de diferentes informações e análises, foram definidas as áreas prioritárias para a qualificação do SEL e implantação de espaços agroecológicos, visando a melhoria da infraestrutura urbana, a criação de espaços comunitários, a recomposição de corredores ecológicos, a recuperação das águas e a reconexão do ser humano com a natureza. Logo, têm-se como resultado uma visão panorâmica da paisagem urbana, que possibilita a discussão de diferentes estratégias que visem promover um ambiente urbano sustentável.

Parecer do júri

A proposta abrange – com grande rigor conceitual e metodológico – um tema de extrema relevância atual ao promover a autonomia alimentar, incremento de renda e valorização do meio natural. Sua abordagem transita em diferentes escalas e a proposta de análise do território a partir dos Sistemas de Espaços Livres (SELs) e das Unidades de Paisagem (UPs) conduziu à identificação de pontos estratégicos para implementação do programa dos “Espaços Agroecológicos” proposto de maneira a fortalecer o sistema e, ao mesmo tempo, criar conexões entre comunidade e espaço de intervenção. Entre os destaques da proposta estão: a valorização do meio natural, a produção agrícola sustentável associada à conservação dos ecossistemas, a regeneração ambiental e a mitigação de problemas urbanos. O trabalho também articula temas complexos como moradia e mobilidade, de maneira a garantir o sucesso da implantação da proposta.

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