Os habitantes do Vale do Rio Caí, mais especificamente de São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul, vivem uma história de ambivalência com a água que os cerca, com as cheias do Rio Caí que ocorrem uma a duas vezes ao ano. Na cidade funcionava um porto, que antigamente era ponto de passagem obrigatório na rota fluvial entre Porto Alegre e Caxias do Sul, por tanto tem na água um elemento que defini sua história e seu crescimento enquanto cidade, hoje vive com medo de seu bem natural mais precioso. Esse medo se reflete em sua disposição urbana, que “volta as costas” para o rio.

Com base nesse contexto e em pesquisas feitas com biólogos locais, constatou-se a necessidade da criação de um núcleo regional localizado próximo ao Rio Caí onde se possa monitorar, estudar e controlar a qualidade das águas dos rios e afluentes que constituem a bacia hidrográfica local, e que ao mesmo tempo seja capaz de devolver a importância urbana e de paisagem do rio para a cidade.

Para este fim, além de laboratórios de pesquisa e monitoramento das águas das bacias hidrográficas locais, o projeto conta com salas de aula para educação ambiental, workshops e amplos espaços públicos para atividades de lazer e feiras ecológicas. Unindo-se isso a uma forma arquitetônica impar e marcante, buscou-se reconectar a cidade e seus moradores ao rio, através deste projeto sobre seu antigo cais.