Plano de Revitalização e Desenvolvimento Urbano para Fagundes Varela/RS

Segundo o IBGE, 95% dos municípios brasileiros possuem menos de 50.000 habitantes. No entanto, para os teóricos urbanos, as pequenas cidades têm sido ignoradas e as interpretações e modelos sobre transformações urbanas, em sua maioria, referem-se a grandes cidades e metrópoles. Teorias estas que, realizadas numa dada escala, não podem ser transpostas para outras, visto que os espaços naturalmente serão socialmente heterogêneos e diferenciados. Por isso, muitas cidades de pequeno porte carecem de metodologias, e consequentemente crescimento e planejamento, e os problemas desenvolvidos a partir disso tornam-se cumulativos.
O objetivo geral da proposta caracteriza-se por garantir o desenvolvimento urbano ordenado e sustentável, a qualificação urbana e a integração do município de Fagundes Varela na região turística na qual se localiza.
Os municípios de estudo, limítrofes a Fagundes Varela, pertencem à microrregião COREDES Serra, e estão localizados na região Nordeste do estado do Rio Grande do Sul, na região popularmente conhecida como Serra Gaúcha.
O Plano de Revitalização e Desenvolvimento Urbano em Fagundes Varela consolida-se atuando em três escalas de trabalho: a regional, englobando os municípios limítrofes a Fagundes Varela, é a proposta de uma nova rota para integrar os municípios de estudo e segue as diretrizes de melhorar a infraestrutura existente, valorizar a história e os costumes locais, valorizar o ambiente, o patrimônio construído, e a cultura em geral; a municipal, planejando o município como um todo, a partir de um roteiro de visitação municipal sob as diretrizes de fomentar as iniciativas de interesse turístico, tirar proveito da paisagem e das conexões viárias existentes e preservar a cultura para fortalecer o município economicamente; e a urbana, concentrando-se no perímetro urbano de Fagundes Varela, baseia-se em garantir que o processo de urbanização parta do respeito ao espaço que existe independente das atividades humanas e seja o principal condicionante. A proposta dá diretrizes de crescimento à cidade, prevendo sua expansão pelas próximas décadas, adequando o desenvolvimento do município às questões de sustentabilidade, mobilidade alternativa, densidades e gabaritos de altura. O desenho urbano baseia-se no fato de praticamente todos os terrenos urbanos possuírem um fundo de lote produtivo como horta, bem como a maioria dos terrenos vazios. Portanto, para a urbanização, passou-se a criar espaços públicos produtivos, que funcionariam como hortas urbanas, articulando a malha urbana como um verdadeiro conjunto de áreas verdes interligadas, tirando assim proveito das mesmas. Estabelecem-se 3 áreas de expansão, com desenho adequado à topografia, adequando assim a previsão de expansão do plano diretor. Além do respeito às massas verdes e rios intermitentes, implantar-se-á a arborização e ambiência urbana em todas as vias, canteiros de chuva para a maior eficiência da drenagem, incentivar-se-á a geração de energia limpa, implantar-se-á de cinturão verde no perímetro da cidade, regulamentar-se-á a restrição das atividades poluentes, incentivar-se-á a mobilidade alternativa e de áreas verdes produtivas. A população total estimada comportada pela expansão e pela área consolidada é de 10.389 pessoas, em uma área de aproximadamente 281ha, em um espaço urbano configurado por uma rede de espaços verdes (190m²/habitante).

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